O momento da 3G no Brasil chegou, mas falta projeto de longo prazo

A sinalização política do ministro das Comunicações, Hélio Costa, com a aprovação da Casa Civil, para a aceleração do processo de licitação das freqüências de terceira geração foi saudada com entusiasmo pelas operadores móveis. Restam, no entanto, dúvidas sobre qual projeto ? tanto do governo quanto da iniciativa privada ? viabilizará a popularização e ganho de escala dos serviços. ?O ministro falou de licenças mais baratas, de acordo com a amplitude da cobertura. Mas quanto serão mais baratas sob o ponto de vista da viabilidade econômica em cada região? Quem vai fazer essa conta?, pergunta Marcelo Pereira, diretor de assuntos regulatórios da Claro.
Outra pergunta, da maioria dos operadores presentes no 1º Fórum Acel, realizado nesta quinta-feira, 8, em Brasília, promovido pela revista TELETIME, é sobre a desoneração tributária para incentivar a universalização e a inclusão digital. ?São necessárias contrapartidas?, disse Pereira. Para Ricardo Knoepfelmacher, presidente da Brasil Telecom, o mercado móvel ainda é pequeno e a receita média por usuário da geração atual de serviços móveis é baixa. ?Só nos próximos anos será possível conhecer as aplicações que ultrapassarão a barreira de uso e saber o que o cliente vai querer pagar?, afirma.
Marco Aurélio Rodrigues, presidente da Qualcomm, considera um avanço o ministro das Comunicações colocar a 3G como prioridade para o País. ?Isso vai promover o uso da banda larga móvel e servir à inclusão digital", disse Rodrigues.

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Mas existem ainda muitos obstáculos para essa universalização, afirmou Roberto Oliveira de Lima, presidente da Vivo. "Somos a favor de preços menores com metas de cobertura. Mas precisamos definir o que queremos com a 3G, qual é o plano de longo prazo para o serviço. Qual o projeto de telefonia móvel para 3G que queremos??, questionou.
?Falta um planejamento de longo prazo, tanto de políticas governamentais quanto das empresas que vão oferecer o serviço. O modelo regulatório pensado há dez anos esgotou-se?, diz Pereira, da Claro.
Para Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, não existe troca de universalização. ?É necessário que haja diretrizes claras do governo e a implantação é das empresas privadas. É preciso um planejamento de longo prazo, levando em consideração as necessidades das diferentes regiões". E completou: "No Brasil, somos caudatários das novas tecnologias".

Queda de barreiras

Planejamento de longo prazo sobre o novo modelo de telecomunicações envolveria destravar as questões regulatórias de acesso e distribuição de conteúdo. André Mastrobuono, presidente da Telemig Celular, concorda que o modelo regulatório se esgotou. ?Hoje, todas as empresas estão preparadas para oferecer acesso e conteúdo. Não tem sentido que os diferentes setores, como TV, telefonia móvel e fixa, continuem em guerra. É necessária a queda de barreiras para efetivamente universalizar o acesso?, diz Mastrobuono. Ele também defendeu a consolidação do setor. ?A Telemig Celular, se não for vendida, continuará operando como uma empresa de nicho. Faz sentido a consolidação do setor em três ou quatro grandes grupos para ganhar escala?, completou.

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