FCC endurece regras contra lixo espacial para a constelação Kuiper, da Amazon

Lixo espacial em órbita. Foto: Pixabay

O órgão regulador dos Estados Unidos, a Federal Communications Commission (FCC), autorizou nesta quarta-feira, 8, a constelação de satélites de baixa órbita da Amazon, o sistema Kuiper, a modificar a outorga. Mais especificamente, foi aprovada a atualização do plano de mitigação de detritos (lixo espacial), um remédio instaurado em 2020 para que a agência liberasse a operação. 

A empresa deverá entregar relatórios semestrais contendo informações sobre a quantidade de eventos e ações de manobras ou coordenações com outros operadores, além das dificuldades encontradas para evitar colisões. Também deverão informar os satélites descartados, com respectivos tempos de operação; os satélites que fizeram a reentrada na atmosfera; satélites que tiveram tiveram falha no descarte, incluindo discussão sobre soluções; e identificação de qualquer falha no sistema de evasão de colisão. 

No documento, a FCC afirma ter considerado os riscos potenciais relacionados à constelação LEO, como de colisão, descarte pós-missão e de separação orbital. "Adotamos requerimentos para que a Kuiper informe sobre ações de mitigação para evitar colisões no espaço e para coordenar e colaborar com a Nasa para garantir a disponibilidade contínua de janelas de lançamento em outros assuntos", colocou o órgão norte-americano. 

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A companhia deverá também monitorar o consumo de combustível dos satélites de modo a perceber o quanto podem ser manobrados para evitar colisões. Também deverá disponibilizar para outros operadores informações de GPS para localização dos artefatos para reduzir o risco em trajetórias previstas. 

A ordem exige que pelo menos 50% dos satélites seja colocado em órbita e operação até 30 de julho de 2026. A outra metade deverá ser colocado até 20 de julho de 2029. Vale lembrar que a Amazon já obteve a outorga para funcionamento do projeto Kuiper no Brasil.

Argumentos

O risco agregado de colisão é um dos mais preocupantes. A estimativa é de que o sistema Kuiper empregue um total de 6.472 satélites (com metade, 3.236, sendo substituída no ciclo de sete anos), mas sem considerar eventuais substituições para corrigir falhas. Dessa forma, mesmo nas previsões mais otimistas da FCC de um percentual de falha de 0,5% da frota total, seriam aproximadamente 33 satélites nos 15 anos da licença. 

A ordem cita considerações de outras empresas também, como a Viasat, que levantou preocupações com fontes potenciais de risco de colisão com detritos não rastreáveis. Em outra questão, sobre o descarte de satélites, a SpaceX questionou o plano da Kuiper de abaixar o perigeu da órbita, afirmando que isso resultaria em uma órbita elíptica que poderia sofrer interferências da atmosfera e alterando a trajetória de forma imprevisível. 

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