Novos contratos e dólar impulsionam Embratel na Bolsa

As cotações da Embratel na bolsa continuam se valorizando de forma expressiva, apesar de estar descartada pelo mercado a viabilidade da compra da empresa pela Brasil Telecom, Telefonica, Telemar e Bassini, Playfair & Wright. Nesta quarta-feira, 8, a queda de 1,67% foi apenas uma realização de lucros, depois de um avanço nada inferior a 27,81% este ano e de 36% nos últimos 30 dias.
?O anúncio do negócio, qualquer que tenha sido a intenção dos ?compradores?, acabou fortalecendo a idéia de que a Embratel tem valor?, disse a TELETIME News uma das analistas mais atuantes no setor de telecomunicações. Essa, porém, não é a razão principal do novo entusiasmo pelas ações de empresa. Há fatos bem mais concretos em seu favor. Fontes bem situadas asseguram que uma parte substancial do refinanciamento deste semestre (US$ 750 milhões) já estaria assegurada. O apoio do Bradesco, BBA (com Itaú), Santander e Bank of America já rendeu, segundo fontes no mercado, a renegociação de um total equivalente a dois terços dos débitos.
Também a queda do dólar, como nas demais companhias endividadas em moeda estrangeira beneficia diretamente a Embratel. Além disso, as minutas dos novos contratos de concessão são mais favoráveis à empresa. Mesmo que se trate apenas de uma minuta e de vigência somente em 2006, os analistas consideram que a Embratel seria a maior beneficiária tanto no que diz respeito à separação empresarial dos serviços de telefonia local e de longa distância, quanto das cláusulas referentes às interconexões e co-billing. Já há até cálculos sobre os ganhos de receita e redução de custos: de 17% a 20%.

É preciso ter claro, porém, que as cotações de Embratel não devem voltar sequer aos valores de um ano atrás (R$ 11,00). O preço-alvo para dezembro varia de R$ 5,50 a R$ 6,50, com potencial de valorização de até 39%. O que, em todo caso, não é pouco.