Pesquisa TIC Provedores, lançada nesta quinta-feira, 7, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelou um crescimento na proporção de médias empresas do segmento, passando de 13% em 2020 para 17% em 2022. Na direção contrária, a participação das microempresas, caiu 10 pontos percentuais, indo de 56% para 46% na comparação durante o mesmo período. A pesquisa foi apresentada na 13ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil e também mostrou que a quantidade de empresas atuando no setor foi de 12.826 para 11.630 de 2020 para 2022.
Segundo Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, a pesquisa mostra que nos últimos anos, tem-se observado uma tendência de fusões e aquisições e um maior interesse de fundos de investimento no setor, o que pode ser uma das explicações para o crescimento na participação das médias empresas. "Isso demonstra que a consolidação é um movimento em curso no mercado brasileiro. Além disso, o Brasil continua a ser um país com um grande número de provedores em atividade, quando comparado com outros países", analisa Barbosa.
A fibra óptica segue como a tecnologia de conexão à Internet mais presente e, em 2022, foi disponibilizada por 95% dos provedores atuando em território nacional. Em relação à infraestrutura de rede de transmissão, a proporção das empresas que ofereciam acesso apenas por meio de infraestrutura própria decresceu de 2020 para 2022 (foi de 70% para 60%). Já a proporção de provedores que adotavam modelo misto, com acesso tanto via infraestrutura própria quanto de terceiros, avançou de 25% para 37% no mesmo período.
Aprimoramento do mercado
Outro dado que chama atenção na pesquisa é que de 2020 a 2022, houve um crescimento na participação de provedores em Pontos de Troca de Tráfego (PTT) ou no IX.br. Atualmente este é o maior conjunto de PTT do mundo, com 36 pontos distribuídos pelas cinco regiões brasileiras. Segundo o estudo, a proporção subiu de 30% para 37%.
Crescimento no NE e CO
A pesquisa identificou também um aumento de provedores do Nordeste e do Centro-Oeste em pontos de troca de tráfego durante o período. Na primeira região, a porcentagem passou de 24% para 38%. A mesma elevação de 14 pontos percentuais foi observada no Centro-Oeste, de 20% para 34%.
"A presença dos provedores em PPT melhora, de forma efetiva, a troca de tráfego entre provedores, o que, na prática, pode significar um incremento substancial na qualidade da Internet que chega aos usuários do serviço", avalia Fabio Senne, coordenador de pesquisas TIC do Cetic.br.
A pesquisa detectou ainda um aumento expressivo na oferta de IPv6 aos clientes: 24 pontos percentuais em relação a 2020. Em 2022, 64% do mercado disponibilizavam a versão 6 do Protocolo Internet, aderente à novas tecnologias.
Dados e segurança
Na comparação com outros segmentos do setor privado, o mercado de provimento de Internet está à frente quando o assunto é proteção de dados. De acordo com a TIC Provedores 2022, 40% dos provedores de acesso possuía uma área ou funcionários dedicados exclusivamente ao tema de segurança, proporção que foi de 23% nas empresas como um todo, segundo dados da pesquisa TIC Empresas 2021.
As ações para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) mais citadas foram o desenvolvimento de uma política de privacidade que informa como os dados pessoais são tratados pelas empresas (57%) e a realização de testes de segurança contra vazamento de dados (58%). O estudo identificou ainda que 30% dos provedores nomearam um encarregado de proteção de dados pessoais, enquanto 17% nas empresas como um todo adotaram a medida. No quesito segurança, 23% dos provedores afirmaram que sofreram ataques de negação de serviços (DDoS) em 2022, apresentando estabilidade em relação ao estudo anterior (2020). Empresas com mais de 6 mil clientes foram alvo desse tipo de ataque em maior proporção do que as que possuem menor quantidade de clientes: 34% contra 24%.