Oi precisa resolver equação da concessão, diz Abreu

Foto: Pixabay

A Oi precisa "resolver a concessão" para poder seguir em frente com o plano de soerguimento, no entendimento do presidente da empresa, Rodrigo Abreu. "A gente precisa realmente reequilibrar a equação da concessão. Se não resolver isso, não tem companhia no futuro", declarou ele durante live da Genial Investimentos nesta quarta-feira, 7. "Por isso que existe o pleito da arbitragem, que é muito necessário para a visão de médio e longo prazo", argumenta. 

A Oi sustenta que, até o final de 2023 haverá uma decisão parcial e, ao longo de 2024, o processo de arbitragem com a Anatel deverá ser concluído. E mesmo que o saldo da migração calculado pela agência (de cerca de R$ 12 bilhões) não mude, ainda há a perspectiva de que a empresa possa ter um saldo positivo envolvendo a concessão. 

O executivo colocou por diversas vezes que o processo é fundamental para a empresa. "Talvez seja uma das maiores arbitragens do País", diz Abreu, lembrando que o processo da recuperação da empresa também é superlativo. Ele explica que sair da mediação de forma bem sucedida vai atrair investidores, que verão redução no risco.

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Rodrigo Abreu colocou ainda que, com a recuperação judicial e a mudança de estratégia, foi possível reestruturar a dívida. "Se não tivéssemos feito venda de ativos, com pagamento da dívida do BNDES e outros, e migrado para a fibra, não existiria a companhia hoje. Se a gente não investisse em fibra, a receita seria R$ 4 bilhões menor", argumenta. 

Contudo, ele coloca que fatores externos, como o câmbio e a alta da taxa de juros, acabaram influenciando em uma redução menor da dívida do que potencialmente era esperado. "Ao mesmo tempo tivemos um não refinanciamento dos bonds de 2026 que resultaram em um enxugamento de liquidez da companhia R$ 4 a R$ 5 bilhões. Precisa voltar para a prancheta para redesenhar como a dívida vai ser acomodada", coloca.

Isso acontecerá por meio do assessor financeiro recentemente contratado, a Moelis, que deverá trabalhar com credores a possibilidade de alongar a dívida ou conseguir renegociar os créditos. A visão é de busca de equação de dívida que faça sentido para a companhia.

Segundo o executivo, há um total de 8 mil imóveis no portfólio da companhia, que ele estima ser valorizado em de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões. "Vamos continuar fazendo vendas na medida do possível", colocou. A questão é que ele lembra que vários dos ativos possuem óbices regulatórios – ou seja, entram no rol de bens reversíveis. 

V.tal e grupamento

A diluição da participação na V.tal após a injeção de capital de R$ 2,5 bilhões do fundo de pensão canadense CCPIB não significou uma redução de valor para a Oi, segundo Abreu. "Temos uma participação ligeiramente menor, mas a companhia [V.tal] vale mais. É diluição porque preserva a mesma participação, mas em uma empresa maior. Não é perda de valor", justifica. Segundo ele, a investidora canadense "acreditou na infraestrutura e na estratégia", proporcionando crescimento de 13% no valor da empresa em comparação com junho deste ano. 

Da mesma forma, o grupamento das ações na taxa de 10 para 1 foi esclarecido pelo executivo, que disse ter havido "posicionamentos muito fortes" sobre a decisão. Na prática, argumenta Abreu, o valor por capital continua o mesmo, com a diferença que a ação teria menor volatilidade. Mas ele também foi enfático: "Ação não é cassino. Tem que acompanhar em longo prazo, e isso vale para qualquer empresa, não apenas para a Oi".  

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