Brasil é terceiro no mundo em consumo de APIs e terá impulso com 5G, afirma F5

Foto: Divulgação/F5 Brasil

O Brasil é o terceiro maior consumidor de Applications Programming Interfaces (APIs) do mundo, ficando atrás somente da Índia e dos Estados Unidos. As informações fazem parte de estudo desenvolvido pela F5 Networks com dados da Postman, e que também apontou o País como o quarto maior publicador de APIs do globo, com 5,45 bilhões de códigos. As APIs são códigos que permitem a conexão entre diferentes sistemas e softwares.

Só em 2022 o Brasil consumiu, sozinho, 52,3 milhões de APIs – valor superior ao observado em outras economias robustas, como China (50,2 milhões), Reino Unido (44 milhões) e Alemanha (30 milhões). Já a Índia, primeira colocada do ranking, fez 256 milhões de solicitações, seguida pelos Estados Unidos na segunda posição (216 milhões).

Em entrevista ao TELETIME, o solutions engineer da F5 Brasil, Vitor Gasparini, disse que a expansão do 5G no Brasil tende a potencializar ainda mais o consumo e produção de APIs por aqui, já que a chegada em massa da tecnologia em regiões onde a Internet cabeada não chega vai aumentar a demanda por novos serviços, como teleconsulta e telecirurgia, por exemplo.

Notícias relacionadas

"O mercado de telecomunicações sempre foi muito mais preocupado com infraestrutura, do que com essa parte [software]. Então vai ser uma grande quebra de paradigmas poder ter esses serviços consumidos entre si e tendo todas essas preocupações como padronização e segurança. Então vai afetar bastante o mercado [de telecom], mas positivamente, pensando nas APIs", contou Gasparini.

Papel do Brasil

O relatório diz ainda que o Brasil é uma "economia em APIs". Apesar disso, Vitor Gasparini afirmou que a monetização das APIs, pelo menos até o momento, enfrenta dificuldades em relação à segurança do modelo. Na visão da F5, ainda há muito a ser feito em relação à maturidade do mercado brasileiro de APIs, para que não ocorra o mesmo que aconteceu com as web applications ao longo dos últimos 20 anos: "a rápida disseminação de um novo modelo sem, no entanto, o alinhamento às melhores práticas de segurança", descreveu o especialista.

Desafios 

Resultados da edição 2023 do estudo State of APIs. mencionados no relatório da F5. Foto: Divulgação/F5

A F5 também analisou os resultados da edição 2023 do estudo State of APIs (realizado pela Postman que entrevistou 40.000 desenvolvedores e gestores de TI de todo o mundo), que buscou entender quais são as barreiras encontradas pelo setor.

Entre as vulnerabilidades, foram mencionadas falhas de autenticação e controle de acesso (30%), vazamentos de dados (18%) e problemas causados pela lógica de negócios dos modernos ecossistemas (16%). Além disso, 13% dos desenvolvedores e gestores sofrem também com desafios de monitoramento e 8% acusam o golpe de ataques DoS (de negação de serviço) focados nas APIs.

"Para ser bem-sucedida, a monetização exige que o acesso à API seja gerenciado com rigor. O cliente que contratar um serviço premium, tem mais direitos de acesso do que um cliente que paga o mínimo", explicou Gasparini. O estudo revelou que 60% das empresas enxergam tais linguagens como produtos digitais, enquanto 43% dos participantes afirmaram, também, que um quarto da rentabilidade de suas organizações depende diretamente da publicação e consumo de APIs. 

Open Gateway

O tema é especialmente importante no contexto em que as oepradoras de telecomunicações estão cada vez mais propensas a adotarem APIs de de suas redes, sobretudo 5G, como forma de impulsionar as redes de telecomunicações como ferramentas efetivas no desenvolvimento de aplicações digitais. Durante a Mobile World Congress de Barcelona em fevereiro de 2023, operadoras de telecomunicações deram início à iniciativa Open Gateway, sob liderança da GSMA. O projeto tem como objetivo montar um esforço conjunto para criar uma padronização que permita interconectar diferentes redes de telecom. De lá para cá, operadoras (como Vivo e TIM) se movimentaram no Brasil com anúncios de projetos voltados ao Open Gateway.

Mas, em entrevista ao TELETIME News, Gasparini disse que isso não explica a terceira colocação global do País no setor. "O principal advento foi a parte de varejo e serviços na pandemia. A gente passou a consumir mais serviços marketplace e as lojas e grandes provedores de mercado começaram a ter APIs de consulta com outras lojas e comércios, isso ajudou na expansão. Acredito que com o Open Gateway e essa interligação entre as operadoras funcionando, esse número vai ser ainda maior", contou Gasparini.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!