A entrada de última hora do grupo Opportunity na disputa pela BSE (banda B em seis estados do Nordeste), prejudicou bastante os planos do Telecom Américas, que se encontrava em avançadas negociações com o Banco Safra e a BellSouth, controladores da operadora. Segundo fonte próxima às operações do consórcio regido pela América Móvil, a compra da empresa já deveria ter sido concluída. Contudo, a proposta do Opportunity, que controla a Brasil Telecom, a Telemig Celular e Amazônia Celular, serviu, como é costume nesse tipo de negociação, para aumentar o poder de barganha dos sócios da BSE, fazendo o consórcio Telecom Americas ter de melhorar sua oferta.
A dificuldade foi criada ainda que a proposta do Opportunity, segundo a fonte, tenha pouca consistência, sem envolver um compromisso claro de aporte financeiro. No mercado, aliás, há quem questione o real poder de fogo do banco gestor de realizar a compra de ativos do setor de telecomunicações e de participação societária.
Pelos planos da Telecom Américas, a compra da BSE deveria já ter ocorrido para que o grupo pudesse incluir sua rede na tomada de preços que realiza para a construção das novas operações de SMP em GSM e migração de suas operações da banda B para o padrão europeu.
O consórcio avalia se vale realmente a pena assumir uma empresa endividada e com resultados operacionais não-satisfatórios em vez de partir do zero com as licenças de SMP adquiridas para a mesma área, explica a fonte. Não por acaso, o Telecom Américas abriu uma ampla tomada de preços específica para São Paulo, a fim de pesar em detalhes o custo da nova rede em comparação com uma eventual compra da operadora da banda B.