Furukawa planeja aumentar Capex no Brasil de olho no avanço da fibra

A fabricante de equipamentos óticos Furukawa pretende aumentar em R$ 10 milhões o investimento no Brasil no próximo ano fiscal. Segundo o presidente da companhia para a América Latina, Foad Shaikhzadeh, no período de abril deste ano a março de 2019, a fornecedora deverá somar um Capex de R$ 48 milhões. Ele diz que o novo plano de investimentos apresentado nesta semana já contabiliza o acréscimo. "Submetemos [o investimento] de R$ 58 milhões por causa da movimentação das grandes operadoras", disse o executivo em conversa com jornalistas em São Paulo nesta quinta-feira, 6.

Essa aposta em um aquecimento no mercado de fibra brasileiro não chega a levar em consideração uma eventual aprovação do PLC 79, diz o executivo. "Se tivesse aprovado, talvez a velocidade das coisas seria maior, mas achamos que o investimento será usado de qualquer jeito", analisa, lembrando que as teles contam com estratégia de avanço do FTTH e mesmo preparação da infraestrutura para redes móveis, incluindo 4G e, futuramente, a 5G.

No caso dos ISPs, Shaikhzadeh entende que o mercado continua "comprando bastante" e com ritmo, mas que há alguma oscilação devido à tendência de consolidações, que provoca pausas momentâneas na compra de fibra. "A inadimplência aumentou um pouco sim, mas nada preocupante, porque a Furukawa tem linhas de financiamento e cartão de crédito; nossa loja tem dez versões diferentes de pagamento", declara o executivo.

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Outro problema com os provedores regionais, o mercado cinza, estaria começando a mostrar consequências. Segundo o executivo, as empresas estão passando a valorizar mais a própria rede ao perceber que "comprar no mercado cinza está saindo caro" por conta da qualidade do produto. "A ABNT é uma norma, e aí entra a certificação da Anatel, e o pessoal não acha que é obrigatória. Mas é para ter segurança, inclusive do próprio investidor", diz. Ele cita uma parceria da fornecedora com a Anatel, a Polícia Federal e a Copel em Foz do Iguaçu (PR) para combater a entrada dos equipamentos irregulares no País pela fronteira.

Sem preocupações

"O grupo Furukawa procura não pensar muito nessas incertezas", ressaltou o presidente mundial da companhia, Keiichi Kobayashi, que visita o Brasil nesta semana. "Temos plano de investimento e fabricação e pretendemos executar sem nos preocupar com eventualidades e instabilidades", afirma. O investimento global em fibra indica uma expansão, tanto nas plantas dos Estados Unidos, Dinamarca e Japão quanto no Brasil, apesar de com menor intensidade. "Hoje nossa capacidade é o dobro de três anos atrás, e ano que vem, o investimento aumentará entre 20% e 30%", complementa Foad Shaikhzadeh. O Capex da empresa para o triênio de 2018 a 2020 é de 140 bilhões de ienes (equivalente a US$ 1,24 bilhão), sendo que 70 bilhões de ienes (US$ 620 milhões) serão destinados à área de pesquisa e desenvolvimento.

Outra coisa que não incomoda Kobayashi é a questão de falta de fibra no mundo. Ele diz que pelo menos metade da base instalada está na China, mas que lá os cabos não são "necessariamente top de qualidade". Porém, entende que o mercado mundial está exigindo fibras de alto valor agregado. Por isso, diz que a Furukawa investe para duplicar até 2020 a capacidade de produção a partir da pré-forma, que é o bastão de vidro produzido do qual é puxada a fibra. "O xis da questão é prevermos que tipo de fibra de alto valor agregado vai ser necessário e estarmos prevenidos para fabricar isso quando o mercado exigir", conta. "Vamos nos esforçar para fazer a produção necessária."

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