Sky no Brasil sente crise mas mantém apostas para 2009

Os resultados da Sky no Brasil estão consolidados nos resultados da DirecTV Group para a América Latina, de modo que não é possível ter dados precisos sobre o desempenho da operação, mas este noticiário apurou algumas informações específicas. Primeiro, a operadora manteve o ritmo de crescimento do ano durante quase todo o terceiro trimestre. Estima-se que tenha fechado o período com cerca de 1,75 milhão de assinantes, descontados as assinaturas dos hotéis e os ajustes de base. E mantém a expectativa de chegar ao final do ano cerca de 1,8 milhão de assinantes, o que representará um crescimento superior a 15%.
Mas a crise afetou a Sky no Brasil, de duas maneiras: primeiro positivamente, já que a operadora havia feito uma operação de hedge em seu caixa no primeiro semestre prevendo uma desvalorização do Real, o que de fato aconteceu em setembro e outubro.
Mas houve também um impacto negativo acentuado nas vendas, com queda superior a 10% no período mais agudo da crise. Posteriormente, o ritmo de venda foi retomado, mas ainda não normalizado, segundo apurou este noticiário. Com isso, a operadora espera crescer, em 2009, menos de 10% no número de clientes.

Notícias relacionadas
Não houve com a crise, contudo, elevação no índice de inadimplência, o que a Sky atribui ao perfil socio-econômico mais elevado de seu assinante. A única experiência da empresa com classes menos abastadas é a venda do serviço pré-pago, cuja base é muito pequena. Mas nesse segmento a empresa percebeu que a crise assustou os assinantes, que passaram a gastar menos.
A margem EBITDA da operação brasileira estaria, segundo informações não-oficiais e não-públicas, superior a 30%, o ARPU na casa dos US$ 70 (dependendo da cotação). O crescimento de receita em 2008 será da ordem de 50% (ritmo que cai à metade em 2009).

Estratégia

Outra mudança estratégica do trimestre se deu em função das iniciativas da Oi de buscar uma licença própria de DTH e uma parceria para compartilhamento de infra-estrutura com a Telefônica. Com esses dois fatos, a Sky optou por oferecer descontos a vendas próprias e diminuir a ênfase que vinha sendo dada a vendas combinadas com os serviços de ADSL das teles. E descobriu que o que mais atraía os clientes era exatamente o serviço de TV paga, tanto é que o nível de venda não caiu.
Com isso, hoje apenas um décimo das vendas da Sky estão atreladas a pacotes combinados com banda larga de outras empresas. A operadora deixa de ter o diferencial competitivo da banda larga, portanto. Mas a Sky, em diversos momentos, já disse não ver isso como um problema, já que seu foco em assinantes de maior poder aquisitivo, que têm condições de recorrer a outras alternativas, ameniza essa lacuna.
Vale lembrar, por outro lado, que a operadora de DTH está tentando adquirir a operadora de MMDS MaisTV (ITSA), que opera o serviço em Brasília, Goiânia, Belém, Belo Horizonte entre outras cidades. A operação depende ainda da anuência prévia da Anatel. A operadora já revelou tratar-se de uma estratégia voltada à experimentação de uma plataforma de banda larga por meio de WiMax. O prazo para a concretização do negócio com a MaisTV é 30 de novembro. A partir de então, a Sky poderia recuar na decisão de compra. A agência ainda não sinalizou publicamente em que pé está a anuência prévia, que se arrasta desde o primeiro semestre.
Para o próximo ano, o planejamento estratégico da Sky está focado em oferta de canais e pacotes de alta-definição. Interlocutores da operadora reiteram que o serviço ainda não foi lançado por conta de ausência de conteúdo full HD, mas lembram que a DirecTV, nos EUA, é líder em quantidade de canais e pioneira em várias inovações tecnológicas, e boa parte desse know-how será trazido ao País. A estimativa é de lançamento no começo do segundo trimestre de 2009.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!