Europa está ficando para trás, diz Deutsche Telekom

Para o CEO da Deutsche Telekom, Tim Hottges, a Europa está ficando para trás em relação aos investimentos que permitirão protagonismo no ecossistema digital, colocando em risco inclusive a liderança das operadoras da região na liderança do desenvolvimento das futuras gerações de serviços móveis. Sua apresentação durante o Mobile World Congress 2023, que acontece esta semana em Barcelona, foi uma provocação, mas que buscou também acordar os reguladores locais para as amarrar da indústria móvel.

Para Hottges, os países precisam investir cerca de 6% do PIB em inovação para se manterem protagonista no desenvolvimento tecnológico. Em média, segundo ele, países com relevância na inovação tecnológica digital investem 4%, mas na média, a Europa não investe nem 1%. "Não estamos investindo suficientemente em 5G. Estamos atrás em investimentos e isso não é por conta das decisões de negócio, mas do excesso de regulação, do acesso a espectro" .

Ele chama a atenção também para um problema de soberania: 92% dos dados da Europa estão em outro lugar.

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Outro ponto que o CEO da Deutsche Telekom aponta é a ínfima porção das empresas de telecomunicações europeias no ecossistema digital. Em valor de mercado, todas as operadoras de telecomunicações estão bem atrás das empresas digitais, mas ainda assim a parcela de valor de mercado das operadoras dos EUA sé muito maior do que as operadoras na Europa, aponta ele. 

Ele aponta que a T-Mobile, braço da Deutsche nos EUA, já representa 67% dos negócios do grupo, e lá o investimento da empresa é da ordem de 26% das receitas. Para ele, as operadoras de telecomunicações têm como única chance de ganhar força se trabalharem em conjunto. Ele defendeu que os operadores abracem a busca de colaboração e parcerias, especialmente em OpenRAN ("precisamos abrir a caixa preta dos fornecedores", disse Hottges), Open Gateway, Catena (uma iniciativa para desenvolver conectividade para a indústria automotiva) e ADTech (uma joint ventures de várias operadoras para publicidade digital).

Ele lembra que muitas dessas iniciativas passam por simplificações e decisões regulatórias, como identificação digital, que é vital para uma série de aplicações.

Como tem sido uma constante entre os executivos, o CEO da Deutsche Telekom também pediu colaboração das empresas de internet nos investimentos em rede. "Investimos 55 bilhões de euros, contra 1 bilhão das empresas geradoras de tráfego. Não me parece justo", disse.

Ele reivindicou ainda maior flexibilidade dos reguladores para a possibilidade de concentração, não apenas no mercado mas também com outros setores.

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