A Embratel não deverá encontrar dificuldades para manter-se na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), segundo apurou TELETIME News junto a administradores de fundos de investimentos dos Estados Unidos. A exemplo de Ricardo Kobayashi, do Banco Pactual, a maior parte das fontes acredita que um grupamento de ADRs, em que a cotação pode ser feita a partir de um grupo de dez, por exemplo, poderia resolver o problema.
Como se sabe, a NYSE exige que todas as ações listadas no pregão mantenham durante os últimos 30 dias um preço médio de pelo menos US$ 1 por papel. No caso da Embratel, esse piso já foi ultrapassado há bem mais de um mês. Depois de uma nova queda de 7,81% nesta quarta-feira, 6, cada ADR valia US$ 0,59. Aliás, lembrou um outro analista, a Net também estaria na mira, pois sua ADR, na bolsa eletrônica Nasdaq, está cotada a US$ 0,73, já depois de um agrupamento, há mais de 30 dias.
Problema é a dívida
Mais do que a questão de a Embratel ficar ou sair da bolsa de Nova York, o que preocupa analistas é se a companhia tem um plano de negócios consistente e se está preparada para refinanciar a parcela de sua dívida que vence no primeiro trimestre de 2003. Vencem no período US$ 270 milhões ou R$ 945 milhões a uma taxa de câmbio de R$ 3,50. No ano, os vencimentos do principal da dívida chegam a US$ 730 milhões, ou R$ 2,55 bilhões.
Sobre a consistência do negócio, vários analistas já vêm se manifestando positivamente desde o final de agosto, quando da reunião com a direção da empresa. Na ocasião, como se recorda, a Embratel demonstrou que a situação em relação à concorrência é mais confortável do que se imaginava: ficou mais vulnerável no segmento de voz residencial, mas melhorou no corporativo, o mais rentável. Fora isso, passa a operar, ainda que timidamente, na telefonia local, começando por Recife e Fortaleza para alcançar 27 cidades até março. A respeito da dívida de 2003, a Embratel já vem renegociando, de acordo com fonte bem situada. Tenta converter, pelo menos parcialmente, os débitos de dólar para real.