Troca de comando na Telemig e Amazônia ainda está amarrada

Enquanto o processo de substituição dos administradores indicados pelo Opportunity foi concluído integralmente na Brasil Telecom, a situação ainda está complicada no caso da Telemig Celular e da Amazônia Celular. Uma decisão da Justiça Federal de Brasília está impedindo a realização da Assembléia Geral Extraordinária da Telpart, holding controladora da Telemig Celular Participações e da Amazônia Celular Participações. Essa liminar, conseguida pelo Opportunity no meio da guerra de ações na Justiça, baseia-se na tese de que haveria um suposto conflito regulatório pelo fato de a Previ ser controladora indireta da Telemar (e portanto da Oi), por meio da Seguradora do Banco do Brasil. Acontece que o Banco do Brasil já saiu do bloco de controle da Telemar, justamente para evitar essa "contaminação", mas o juiz responsável ainda não reviu sua decisão, alegando que não há urgência.
Os fundos e o Citibank não enxergam dessa maneira. Perceberam, ao entrarem na Brasil Telecom, que os últimos dias da empresa sob o comando do Opportunity foram propensos ao desaparecimento de documentos (desconfia-se que a gestão anterior – no caso da BrT, o grupo de Dantas – tenha feito alguns contratos desaparecerem). Há, portanto, o receio de que o mesmo possa estar acontecendo na Telemig e na Amazônia. Lembrando sempre que depois de tirar o Opportunity da Telpart ainda serão necessárias mais duas AGEs (ou seja, pelo menos mais dois meses) até que se chegue ao controle efetivo das operadoras.
No caso das duas teles celulares há uma outra variável. Fundos e Citi vêem vários candidatos à compra das operações. Vivo, Claro e Algar estão no páreo, e a Telemar pode entrar. A idéia é conseguir fazer a venda da telemig e da Amazônia Celular antes de se chegar na operadora, até para evitar uma dupla transição de comando. O problema é que o Opportunity, que tem participação relevante nas duas teles celulares por meio da Highlake, parece querer liderar as negociações, o que o Citi e os fundos nem cogitam. Mas enquanto não assumem a Telpart, fica complicado negociar com qualquer um dos candidatos, porque este tipo de processo certamente envolverá a verificação de informações da empresa e due diligences, o que hoje, com Daniel Dantas no comando, não é possível.

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