Para Schymura, não há muito o que mudar na telefonia fixa

Na opinião do presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, não há praticamente o que mudar nos contratos de concessão da telefonia fixa a partir de julho de 2005. Na sua visão, os atuais contratos não se encerram naquela data, devendo simplesmente ser renovados com algumas adaptações. Esta não é, porém, a opinião de outros conselheiros da agência que acreditam na necessidade de algumas revisões mais significativas.
O ponto principal defendido por Schymura é a necessidade de manter a saúde financeira das empresas "para que elas possam prestar bons serviços". Ao ser questionado sobre a situação atual desta "saúde financeira" das empresas de telecomunicações, especialmente as concessionárias, Schymura afirma que não é função da agência "saber" se as empresas vão bem financeiramente, mas apenas saber se prestam bons serviços.
O presidente da Anatel não admite nenhuma redução ou estabelecimento de tarifas de caráter social (como aliás, vem propondo de maneira genérica o PT) e nem alterações no critério para os valores da cesta de tarifas que permitiram às concessionários o aumento acima da inflação nas assinaturas básicas em todos os reajustes dos últimos anos.

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Nesse ponto, o único argumento do presidente da Anatel é que "as empresas vão quebrar se baixarmos os valores das assinaturas básicas". Em relação ao índice aplicado sobre os reajustes, a argumentação de Schymura é mais complexa. Para o presidente da Anatel, o IGP-DI, que é formado em 60% pelo IPA – índice de preços no atacado, deve ser mantido pelo fato de que "este índice que foi grandemente afetado pela variação cambial já subiu tudo que tinha que subir, agora quem deve subir é o IPC" (o índice de preços ao consumidor).
Sobre o fato de os contratos de concessão das empresas de telefonia indexar o reajuste de tarifas à inflação (o que gera mais pressão inflacionária), o presidente da Anatel acredita que esta política seja necessária para atrair investimentos que o País não pode dispensar, especialmente neste momento. Para ele, "se as empresas privadas soubessem que a situação ecônomica chegaria ao ponto que chegou, não teriam investido tanto no Brasil".
Schymura teme que uma diminuição dos valores das tarifas desestimule o investimento de empresas estrangeiras no país promovendo um atraso tecnológico que seria inadimissível. Questionado sobre para onde iriam estas empresas, o presidente da Anatel não respondeu dizendo apenas que o setor de telecomunicações vai mal no mundo todo e especialmente na América Latina, com exceção do Chile.

Reavaliação de contratos

Schymura, colocou-se contra a proposta apresentada pela Telemar de reavaliar os novos contratos de concessão para telefonia fixa a cada cinco anos e defendeu que o contrato seja válido por 20 anos, sem nenhuma modificação. Já o conselheiro Antônio Carlos Valente, vice-presidente da Anatel, considera que a revisão contratual a cada cinco anos, ou periodicamente em outros prazos, seria uma medida de bom senso uma vez que o setor de telecomunicações sofre mudanças decorrentes de inovações tecnológicas em períodos muito curtos. Valente disse que praticamente todas as operadoras estariam de acordo com a proposta apresentada pela Telemar. O vice-presidente da Anatel usou como argumento para suas reflexões a atual situação da terceira geração de serviços móveis: "até agora não se sabe bem se a sociedade vai precisar de tudo o que a terceira geração pode oferecer de recursos".

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