Fornecedores satelitais buscam interoperabilidade e virtualização

Painel de virtualização no Congresso Latinoamericano de Satélites 2022. Foto: Rudy Trindade/Themapress/TELETIME

O setor de satélites também está entrando na transformação digital e agora enfrenta desafios operacionais utilizando a nuvem. Mas começa também a encontrar barreiras com a tecnologia, como a interoperabilidade, enquanto soluciona outros com a implantação de virtualização para encontrar saídas mais econômicas. Especialmente no cenário da indústria de hardware para satélites, que não possui a mesma força e fôlego de capital dos grandes fornecedores de telecom, como Qualcomm, Ericsson e mesmo Intel. 

Uma tentativa de padronização de interoperabilidade já é feita com o MEF, justamente com o intuito colaborativo da indústria de fornecedores. O VP business development Latam da ST Engineering iDirect, Bart Van Utterbeeck, explicou durante o Congresso Latinoamericano de Satélites na última sexta, 2, que o MEF é utilizado também na orquestração, além de comunicação com padrão 3GPP para mecanismos utilizados na provisão de terminais. 

Mas Van Utterbeeck coloca que é necessário "alinhar a perspectiva" para que a indústria satelital tenha que se adequar a padrões de outras indústrias, como a de telecomunicações. "Outro ponto que não sei se tem padronização é para o exemplo de satélites configurados, que precisamos ser sincronizados com uma plataforma", coloca, citando constelações LEO.

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A interoperabilidade é um desafio que a antiga SatADSL, agora chamada neXat, afirma já estar superando. "Da nossa perspectiva, já incluímos as tecnologias na nuvem por meio de APIs, com interface de usuário interativa. A única coisa que precisamos dos fabricantes é ter as APIs", declara o senior vice-president, business development e general manager Americas da empresa, Guillermo Bosch. Ele compara a plataforma da companhia com o site de reserva de hospedagens Booking.com, uma vez que oferece um cardápio de sistemas satelitais para o cliente contratar. 

Virtualização

Para o CTO da Intelsat, Bruno Fromont, "não há negócio financeiro melhor do que o GEO", mas isso não impede que outros tipos de posicionamento possam ter seu lugar – incluindo os sistemas atmosféricos (HAPS). Assim, a virtualização é importante para reduzir os custos e viabilizar a operação. "Essa é a equação de custo que estamos enfrentando. O novo stack virtual está sendo construído com um décimo do custo e [sendo colocado em operação] em um décimo do tempo", coloca. Fromont vê que o próprio mercado pressiona as empresas a cooperar em vez de adotar solução proprietária ou fechada. 

SVP, sales global cloud & strategic partnerships da SES, Sergy Mummert diz que a operadora pretende seguir o caminho das APIs, o que considera ser uma "progressão natural" do cenário atual. "Nós certamente abraçamos o ecossistema aberto, com mais aplicações e mais baseados em software, isso nos ajuda", argumenta. O executivo citou como exemplo o gateway vritualizado utilizado pela companhia.

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