Serviços IP beneficiam cabo, mas falta simplicidade

Quem mais se beneficia das tecnologias IP que estão inundando o mundo das comunicações? A pergunta foi colocada para milhares de espectadores da palestra de abertura do terceiro e último dia da NCTA, que termina nesta terça, 5, em São Francisco. A resposta, coletada por meio de votação eletrônica, foi, naturalmente, as redes de TV a cabo, com 50%, seguida dos provedores de conteúdo (18%), empresas de telefonia (14%) e empresas de jogos (7%). Bill Gates teve 11% dos votos como maior beneficiário do mundo IP.
Glenn Britt, CEO da Time Warner, lembrou que a evolução das tecnologias IP (tanto voz quanto vídeo sobre IP) é uma corrida que ainda não foi completamente ganha pelas empresas de cabo. Len Lauer, presidente da Sprint, lembrou que a despeito de toda a evolução das tecnologias IP, ainda não se encontrou o "iPod" dessas tecnologias, em referência ao MP3 player da Apple que deu vida à distribuição musical de música. A Sprint, vale lembrar, tem parcerias com empresas de cabo nos EUA, por meio das quais leva serviços locais de voz a 250 mil assinantes. Para Lauer, enquanto não houver um produto que dê ao usuário as qualidades do mundo IP com as funcionalidades do mundo analógico, não se pode falar em revolução.
Rob Glaser, CEO da RealNetworks, lembrou que hoje várias mídias já convergiram para o mundo IP, como a troca de mensagens e os serviços de música, mas não os serviços de vídeo. A única programadora norte-americana que de fato decidiu investir em programação para redes IP foi a Starz, que lançou no ano passado o serviço Starz Ticket, pelo qual o usuário pode fazer o download de filmes inteiros de um acervo de pouco mais de 300 títulos pagando US$ 12,90 por mês. O controle de direitos (Digital Rights Management) é feito pela RealNetworks. O serviço está no começo e tem ainda poucos assinantes, mas já foi possível avaliar que 76% de seus usuários não são ou nunca foram assinantes dos canais Starz nas redes de cabo (que são vendidos nos pacotes premium, mais caros), e entre os que são, 80% disseram que não estão assistindo menos os canais na mídia tradicional. Cerca de 30% dos assinantes do serviço Starz Ticket nunca assinaram TV paga.

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James Robbins, CEO da Cox Communications, lembrou que o desafio de operadores de cabo e programadores é fazer com que o usuário entenda todos os produtos e serviços digitais que estão sendo entregues. "Não podemos pensar apenas em nossos filhos, que conseguem lidar com essa tecnologia. Também é preciso pensar nos pais que ainda são nossos clientes."

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