As experiências internacionais com fusões e aquisições de empresas de telecomunicações variam enormemente, e há muitos casos de sucesso e fracasso. Diante de uma nova onda de consolidações, esse foi um dos temas do Mobile World Congress, que aconteceu esta semana em Barcelona. Existem casos de extremo sucesso, como o da EE (Everything Everywhere), do Reino Unido, resultante da fusão de duas empresas que ocupavam a terceira e a quarta posição no mercado (TMobile e Orange) e se tornou a maior operadora. Segundo Olaf Swantee, CEO da EE, o que contribuiu para o sucesso da operação, iniciada há cinco anos, foi, primeiro, o fato de a empresa ter mudado completamente a sua postura com a fusão.
"O que propusemos ao consumidor não foi simplesmente combinar duas empresas existentes e conhecidas, mas criar uma nova empresa com um padrão completamente diferente de qualidade e desempenho", disse Swantee. Ele também explicou que foi preciso ter apoio regulatório ao projeto, e para isso o grupo mostrou que a fusão traria um benefício econômico de 0,7 pontos percentuais ao PIB do Reino Unido. "Se não houver foco o risco de dar errado é muito grande. Não pode haver um plano B".
O mais comum são casos inversos, em que a operadora perde o foco e desmorona sobre o próprio tamanho. Foi o caso da Tele2, que chegou a ter operações em 24 países há 10 anos. "Era simplesmente impossível de administrar uma operação desse tamanho, com a escala de assinantes, as distâncias e a complexidade de cada mercado. Hoje estamos em nove mercados e até podemos pensar em alguma expansão, mas isso tem que ser muito bem planejado para não se voltar contra nós depois", diz Mats Granyard, CEO da Tele2.