Apesar de ser grande a aposta de países como Estados Unidos e Japão na tecnologia de redes de acesso móveis abertas (OpenRAN), há ainda um longo caminho a ser traçado. Conforme avalia o vice-presidente executivo e CFO da NEC, Takayuki Morita, as operadoras estão agora efetuando testes e provas de conceito, mas ainda há a convivência com elementos legados da rede.
"Vamos para o estágio de demonstração para ver se a interoperabilidade funciona bem, e como isso pode se conectar com redes existentes", declara. Morita, que deverá assumir como CEO da NEC em 2021, fez a avaliação durante evento online da fornecedora japonesa nesta sexta-feira, 4.
Segundo o executivo, esse tipo de processo de validação integração inicial aconteceu de forma semelhante no mundo de TI, no momento quando se começou a utilizar redes virtualizadas e abertas no setor. Assim, ele prevê que o throughput da rede "caia significativamente" nessa etapa inicial, e por isso vê a necessidade de melhorar o desempenho na arquitetura e no chip.
EUA
Logicamente, a estratégia de OpenRAN, com um mercado de fornecedores mais amplo, passa também pela visão alinhada a do governo japonês com o dos Estados Unidos, que por sua vez é contra a da fornecedora chinesa Huawei. Morita cita que as "Clean Networks" ("redes limpas", ou seja, sem a Huawei ou outra chinesa) são parte importante da competitividade global. "Precisamos chegar a um mundo aberto e transparente", afirma.
"Não há competição suficiente, e isso está fazendo o mercado ser imperfeito. Criar um mundo onde não há 'tudo para o vencedor' não terá resultados somente para nós, mas contribuirá para a sociedade." Por isso, Morita diz que o "movimento atual é receber e talvez países e pessoas que estão interessadas em segurança nacional e competitividade".