Para a Claro, a adoção do modelo de redes de acesso abertas com múltiplos fornecedores (OpenRAN) não será capaz de substituir a demanda deixada pela Huawei em caso de um eventual banimento da chinesa do 5G do País.
"Vimos presidente de empresa [concorrente] dizendo que não precisa mais de Huawei porque se acredita no OpenRAN, mas a Huawei não é só RAN [redes de acesso]", afirmou o diretor de engenharia da Claro, André Sarcinelli, em provável referência à declarações do comando da TIM.
"É preciso acesso, transmissão, core. 5G não é só antena e o OpenRAN não substitui a Huawei. Não cabe tratar esses dois assuntos juntos, tem que tratar separadamente", completou o executivo. A declaração foi feita durante o evento Telco Club, promovido nesta quarta-feira, 2, pela consultoria Teleco
A Claro já se coloca publicamente contra um eventual bloqueio da Huawei desde 2019; na última semana, a Conexis Brasil Digital, que representa as operadoras, se opôs oficialmente à medida. Nos últimos meses, os EUA têm promovido o OpenRAN como uma alternativa para o 5G em caso do banimento das chinesas.
5G DSS
Sarcinelli também defendeu que o 5G com compartilhamento dinâmico de espectro (5G DSS) não é uma espécie de "pré-5G", mas a chegada efetiva da quinta geração de redes. Ainda assim, o diretor reconheceu que o leilão de 2021 abrirá caminho para maior volume espectral por parte das operadoras, o que deve ter impacto gradual nas velocidades.