"As operadoras procuraram crescer o mais rápido possível, mas sem se preocupar com a qualidade dos serviços. Há uma deformação grave do sistema quando o consumidor procura a Justiça ou o Procon em vez da própria operadora", afirmou o ouvidor-geral da Anatel, Aristóteles dos Santos, durante o encontro "Telecomunicações e o Consumidor", realizado em Porto Alegre (RS) no último dia 31. Para ele, a ouvidoria da Anatel e as entidades de defesa do consumidor assumem funções que caberiam aos postos de atendimento das operadoras.
O evento ocorreu com o objetivo de discutir a qualidade de atendimento e diminuir a quantidade de queixas da área de telecomunicações fixas e móveis e de TV por assinatura.
Conar
Para o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, o argumento das operadoras de que há dificuldade em manter a qualidade frente à expansão dos últimos anos não convence. Lustosa disse que, além de cobrar das operadoras uma atitude pró-ativa, a Anatel deve propor a constituição de um órgão como o Conar (conselho de auto-regulamentação publicitária) para regulamentar o atendimento à população. Lustosa sugere, inclusive, que a agência treine pessoal e coloque fiscais dentro dos call centers das operadoras.