Presidente da TIM, Pietro Labriola voltou nesta quinta-feira, 3, a questionar a performance do 5G com compartilhamento dinâmico de espectro usado no 4G (o chamado 5G DSS). O executivo, que já classificou a opção como marketing, afirmou desta vez que a latência do 5G DSS é um impeditivo para serviços de quinta geração.
"Uma vez que você chama de 5G DSS, colocar o DSS como acrônimo já significa que tem algo diferente do 5G. O fato do 5G DSS usar as frequências 4G significa que não é o 5G", argumentou Labriola, durante o evento o GSMA Thrive Latam.
O presidente da TIM admite que o 5G DSS consegue entregar velocidades maiores que o 4G em áreas específicas, mas sem se aproximar do exigido pelo 5G quando o assunto é latência. "A latência importa porque é um dos elementos chave para abrir novos modelos de negócios que hoje não podem ser implementados. Não basta só aumentar velocidade e capacidade de download", completou Labriola.
Disputa
Por sua vez, em outro evento realizado na última quarta-feira, 2, o assunto 5G DSS também foi abordado pelo diretor de engenharia da Claro, Andre Sarcinelli. "Vemos grandes empresas de mídia distorcendo e até uma das operadoras que não soube se posicionar muito bem em relação a isso, mas o 5G DSS é 5G", afirmou o executivo, na ocasião. A Claro é a operadora que mais tem promovido o modelo DSS até o momento.
Segundo Sarcinelli, a opção é padronizada, está no 3GPP, na ITU (União Internacional de Telecomunicações) e é reconhecida pela própria GSMA, além de ser importante em outros mercados. "Vi várias pessoas questionando se o 5G DSS é o 5G verdadeiro: ele é, mas está alocado em um espectro compartilhado com outros serviços", argumentou o diretor de engenharia da Claro.
Em cerimônia realizada em Rio Verde (GO) para marcar início de testes de 5G em 3,5 GHz, um representante do governo goiano disse que "5G DSS não é 5G de verdade". Curiosamente, a Claro é a operadora escolhida para os testes (utilizando equipamentos da Huawei).