Em seu papel de fornecedor, a Huawei entende que é necessário pavimentar o caminho para a quinta geração investindo na tecnologia atual. O vice-presidente global de marketing de redes móveis da Huawei, Mohamed Madkour exemplifica isso com as possibilidades de monetização com a cobertura rural com 4G, além da implantação dos padrões comercialmente chamados de 4,5G e 4,9G (variações do LTE-Advanced). Mas conclui que, para tudo isso andar, ainda é necessário obter mais frequência para a banda larga móvel.
Madkour afirma que a companhia está trabalhando com o governo brasileiro, incluindo em discussões recentes com o presidente Michel Temer em visita à empresa na China. "Ao menos conceitualmente, o governo concorda, o pessoal da Anatel também falou em como pretende licenciar mais espectro", afirmou.
O especialista diz que o problema de limite de capacidade de espectro não é exclusivo do País. "Na semana passada estive na UIT e todos chegaram ao consenso de que governos precisam liberar espectro a custo baixo e com neutralidade de serviço e tecnologia, porque não há limite na necessidade", declarou ele durante a Futurecom nesta terça-feira, 2. Considera, contudo, que é necessário fazer isso de forma organizada com outras nações para não haver problemas de harmonização, além de considerar investimentos das operadoras.
Perguntado se apostaria em qual tecnologia seria desligada primeiro, se 3G ou 2G, Madkour explicou que evita apresentar às teles a questão. "É difícil responder", afirma. Cita que há tecnologias de gerenciamento inteligente de espectro, que permite uma transição mais suave entre as gerações de rede móvel. Mas fala também que é necessário maior implantação de voz em 4G (VoLTE), que, por sua vez, demanda mais espectro – que pode vir de refarming das gerações antigas.