Conselheiro do Cade questiona Anatel e empresas sobre acordo Vivo/Winity

Foto: Pixabay

Conselheiro do Cade que está relatando os recursos de Neo, Telcomp e Abrintel contra decisão favorável ao acordo entre Vivo/Winity, Sérgio Costa Ravagnani está buscando novas informações sobre o caso em questionamentos à Anatel e algumas empresas do setor como Datora e Highline.

Em ofício endereçado ao presidente da reguladora de telecom, Carlos Baigorri, e datado do último dia 30 de junho, Ravagnani levantou uma série de questões. Entre elas, se a Anatel entende que a entrada de PPPs no mercado móvel é economicamente viável apenas em municípios com menos de 100 mil habitantes – como defenderam Vivo e Winity em documento recente enviado ao Cade e detalhado no TELETIME.

Em paralelo, o conselheiro do Cade indagou se uma restrição de acesso à faixa de 700 MHz teria potencial de impedir que as PPPs entrem ou possam competir efetivamente no mercado de serviços móveis pessoais. Também perguntou se a Anatel entende que há intervalos de faixas de espectro considerados substitutos do 700 MHz sob a perspectiva da oferta.

Notícias relacionadas

Por último, Ravagnani questionou a Anatel se o acesso à faixa de espectro adicional de 700 MHz pela Vivo é essencial para endereçar problemas de saturação de capacidade da atual rede móvel da empresa nas localidades abrangidas pela operação ao lado da Winity. O relator dos recursos no Cade também pediu a íntegra dos autos do processo de concessão da anuência prévia que corre na Anatel, "incluindo documentos não disponíveis publicamente, que contribuam para a compreensão e análise da matéria".

Operadoras

Ravagnani solicitou respostas da Anatel em 30 dias. Em outros ofícios, Datora e Highline também pedidos solicitações de informações do conselheiro do Cade. As duas empresas competiram pela faixa nacional de 700 MHz no leilão de 2021, em disputa da qual a Winity saiu vencedora após proposta com grande ágio.

Às empresas, o conselheiro do Cade questionou se seria possível atuar no mercado de atacado de serviços móveis pessoais como operadora de rede neutra nacional e cumprir com as contrapartidas exigidas no leilão da faixa de 700 MHz sem depender de um cliente âncora do porte de Vivo, Claro e TIM. Outra questão foi sobre quais as características necessárias para que a estruturação de uma rede móvel possa ser considerada competitiva.

Entenda o caso

Relator dos recursos de provedores regionais e de torres contra o acordo Vivo/Winity, Ravagnani determinou instrução complementar sobre o caso após a Superintendência-Geral (SG) do Cade dar aval para a operação, sem restrições. A Anatel também avalia o compromisso e já sinalizou que não deve aceitar o acordo como originalmente proposto.

Pelos termos, a Vivo alugaria metade da capacidade de 700 MHz da Winity em 1,1 mil cidades, faria compartilhamento de rede com a parceira e contaria com a construção, pela atacadista, de até 3,5 mil sites. A maior parte deles estará em localidades que correspondem às obrigações assumidas pela Winity no leilão de 2021. Sem o acordo com a Vivo, a empresa do fundo Patria afirma que os compromissos de cobertura assumidos seriam economicamente inviáveis.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!