Parte do grupo Alloha Fibra, a Wire+ oficializou nesta terça-feira, 2, a mudança de sua marca para Giga+ Empresas. O movimento marca a conclusão de um processo de unificação comercial das operações da companhia, repetindo no segmento corporativo (B2B) algo já aplicado no varejo.
"Começamos em agosto do ano passado o processo de unificação da gestão em nível nacional, e só faltava esse ponto", explicou ao TELETIME o vice-presidente B2B e de redes da Alloha, Fabio Abreu. Até então, a marca Wire+ seguia em uso nas regiões Norte e Nordeste, onde a antiga Wirelink (adquirida pela Alloha em 2021) era player tradicional.
Agora como Giga+Empresas, a intenção é registrar em 2024 um crescimento de 16% nas receitas B2B, em aceleração diante do ano passado, quando o negócio corporativo cresceu na casa do dígito único. Com ajuda das regiões Sul e Sudeste, a operação unificada também pretende dobrar a atividade comercial ao lado de clientes até o final do ano.
"Tem um mar a ser explorado no Sul e Sudeste, onde estávamos focados no B2C", notou Abreu. Nessas duas regiões, o percentual da receita associado ao corporativo encerrou 2023 na casa dos 4%, sendo que nacionalmente a contribuição B2B era de um quarto do faturamento e no Norte/Nordeste, de metade do negócio. "Então o crescimento deve vir aqui do Sul e Sudeste, onde devemos ter 10% a 12% [da receita oriunda do B2B] até o final do ano".
Negócios
Para crescer, a Giga+ Empresas deve seguir apostando tanto no negócio de atacado para outros provedores quanto no atendimento de empresas/governo. "Temos 7,8 milhões de HPs [casas passadas] com fibra, sendo que 6,5 milhões são no Sul e no Sudeste. Então temos muita capilaridade de última milha para prover serviços para varejo, educação e outros segmentos" incluindo o setor público, apontou Abreu.
Entre os diferenciais, o VP cita presença na maior parte das cidades do Rio de Janeiro (70, de 92) e em importantes polos econômicos de São Paulo, como o litoral do Estado, o Alto Tietê, o Vale do Paraíba e parte da região metropolitana que inclui Guarulhos e ABC. "A nossa estratégia é estar onde tem carência de infraestrutura", apontou o VP da Alloha.
"Já no atacado estamos presentes nos principais data centers do Rio e nos sete principais de São Paulo.Para escoar tráfego para o Sudeste, já estamos prontos", prosseguiu Fabio Abreu. A empresa soma mais de 500 provedores clientes no negócio de wholesale.
Assim, com a transição completa, a Giga+ Empresas espera se beneficiar rapidamente do novo "footprint nacional unificado". Na perspectiva dos clientes, isso deve se traduzir no acesso facilitado a novas geografias e atendimento em um único canal, indica Abreu, ao passo que a própria operadora espera se tornar mais competitiva em termos de preço e portfólio.
TIC
Uma das metas da Giga+ Empresas é incrementar a receita de TICs dentro do negócio B2B. "Telecom é a infraestrutura básica, mas para aumentar a receita e fidelizar a gente, tem que emplacar novos serviços". Entre as apostas estão verticais como cloud, SD-WAN, cibersegurança e também ofertas para cidades inteligentes, como serviços de videomonitoramento e outros.
Ao TELETIME, Abreu reconheceu que como muitos provedores têm buscado uma maior relevância no B2B, deverá ocorrer uma maior competição neste campo nos próximos anos. "Vai ficar mais competitivo sim, mas nossa escala é continental, diferente dos concorrentes. E muitos provedores começaram neste ano. A gente está na frente e com escala, o que gera redução de custo".
Norte
Outro dos diferenciais apontados por Abreu é justamente a possibilidade de atender geografias do Norte como Macapá, Belém e Manaus, algo que não seria possível para os demais competidores da Giga+ Empresas sem redes terrestres interligando a região.
Em paralelo, a companhia também é uma das consorciadas dos primeiros trechos do Norte Conectado, programa de infovias subfluviais do governo na Amazônia. Na Infovia 00, entre Macapá e Santarém (PA), a empresa já conta com clientes ativados a partir da infraestrutura pública compartilhada com entes do segmento privado.
Já na Infovia 01, entre Santarém e Manaus, a ativação dos primeiros clientes deve começar nos próximos dias, após levar um pouco mais de tempo do que a empresa gostaria. Além de estudar como acelerar a exploração da rede, a Giga+ Empresas também pretende participar de ao menos um dos novos trechos atualmente em construção no projeto.