Analistas ainda não conseguem avaliar separação da Contax

Afinal, foi boa ou não foi a última iniciativa societária da Telemar Participação, que decidiu separar sua empresa de call center, Contax, da holding que também controla a operadora Telemar? Boa parte dos relatórios emitidos por analistas especializados em telecomunicações esta semana ficou neutra ou sem conclusão sobre o tema, mesmo porque a companhia prometeu dados mais específicos apenas para a próxima sexta-feira, dia 3. A maioria se limitou a descrever genericamente a empresa e o negócio: receita este ano estimada em R$ 600 milhões (60% de serviços para a própria Telemar), margem EBITDA de 10%, crescimento esperado de 34% nos próximos três anos e a prometida troca de uma ação da Contax para cada uma da TNLP.
Na verdade, a contribuição da companhia de call center para as receitas totais da TNLP chega a cerca de 3%. O que, aparentemente, não faz tanta diferença assim (mesmo porque os controladores se dizem focados na valorização específica desse ativo).
Ironicamente, é esse acento na valorização que preocupa alguns analistas ouvidos por TELETIME News: a separação pode indicar que a Telemar Participações tem a intenção de preparar a Contax para uma futura venda. Como ficaria a situação dos acionistas minoritários se a companhia fosse deslocada para outro grupo, sem as ligações sinérgicas com a operadora Telemar? Nesse caso, recomendam aos minoritários da TNLP que negociem preventivamente a garantia de tag along (direito de 80% do valor pago pelo comprador aos controladores aos portadores de ações ordinárias) também para os preferencialistas.

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Ainda que a diferença seja pequena, os investidores parecem ter se movimentado nessa direção. Nesta semana, após o anúncio do negócio, as PN caíram 1% e as ON subiram 0,5%.

Despreocupados

Já os investidores com papéis da operadora Telemar (TMAR) parecem estar pouco preocupados com o negócio envolvendo a separação da empresa de call center Contax. As ON subiram 2,9% desde o anúncio do negócio, na segunda, 29, e as PN subiram 1,1%.
O Banco Espírito Santo justifica: a separação da Contax acaba sendo indiretamente positiva para a operadora. Isso porque seu valor na Bolsa vinha sendo descontado por suspeitas de que haveria alguma operação similar à realizada com a Oi, que foi vendida, como se recorda, pela holding à TMAR. No caso, a TMAR poderia ter que engolir a Contax. Esse risco, segundo o banco, teria sido mitigado.
Resta desfazer agora a outra suspeita que rondou o mercado na semana passada. A da compra da operadora Telemar pela holding, para futuro fechamento de capital.

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