A Brasil Telecom tem um bom desafio para enfrentar depois de ter revertido o prejuízo de R$ 25 milhões no terceiro trimestre do ano passado para um lucro de R$ 64 milhões no mesmo período deste ano: defender o negócio de telefonia fixa e ao mesmo tempo crescer na telefonia móvel. Os objetivos, apesar de parecerem excludentes, na estratégia da Brasil Telecom são convergentes.
A receita oriunda da rede fixa que é o negócio principal da empresa vem caindo; de 82% no terceiro trimestre do ano passado, foi para 74% no mesmo período desse ano. Já a participação da móvel e dados (que inclui as operações do Internet Group), saltou de 18% para 26% na comparação ano a ano. Qual é a sintonia final ideal para a companhia? Charles Putz, vice-presidente financeiro e de relações com o mercado, prefere não arriscar, mas afirma que a receita vinda da telefonia fixa ainda deve cair mais um pouco.
?O grande feito foi administrar o perfil da receita. Apesar da participação da rede fixa ser substituída pela da rede móvel, estamos conseguindo manter a margem Ebtida em elevação?, diz ele. No terceiro trimestre do ano passado, a margem Ebtida foi de 28,9%, no mesmo período deste ano foi de 34,5%; no segundo trimestre desse ano foi de 33,2%.
Aquisições
Os controladores da BrT devem tomar alguma decisão sobre o que fazer com o caixa de cerca de R$ 3 bilhões. As opções são: aquisições de empresas, sobretudo na mesma área de atuação dentro do mesmo negócio ou em áreas complementares, como TV por assinatura; aumentar o nível de pagamento de dividendos; ou para a recompra da ações da Telecom Itália, ?no médio e longo prazo?. Há ainda uma quarta hipótese, que é pagar a dívida, mas Putz diz que essa é a mais remota.