A falta de espectro para banda larga sem fio é uma das maiores queixas das operadoras móveis ao redor do mundo. O órgão regulador das comunicações no Reino Unido, o Ofcom, está trabalhando em um paliativo para esse problema, abrindo novas freqüências, os chamados "white spaces", ou "espaços vagos", em português. Porém, em vez de entregá-los às operadoras, vai liberá-los para o uso gratuito e não licenciado, tal como acontece hoje com a freqüência de 2,4 GHz, usada para WiFi.
Os "espaços vagos" são pequenos blocos de espectro espalhados na faixa entre 400 MHz e 700 MHz. Essa faixa é usada por serviços de transmissão de TV terrestre e de microfone sem fio, porém, eles não usam o espectro completo, deixando vários espaços em branco. A proposta do Ofcom é criar um banco de dados online, atualizado constantemente, que indique quais pedaços estão livres em quais áreas do país. Quem quiser usá-los para banda larga precisará instalar roteadores especiais que estarão em permanente comunicação com esse banco de dados central, para checar que espaços da freqüência estão vagos. O banco de dados central informará também qual a potência máxima que poderá ser aplicada sem que seja causa interferência na transmissão de TV.
O Ofcom quer promover o uso de "white spaces" para fins de banda larga sem fio, especialmente em áreas rurais, onde o 3G não tem boa cobertura, e também para a comunicação entre máquinas (M2M, na sigla em inglês). Por ser uma freqüência baixa, seu alcance é maior que aquelas adotadas atualmente em telefonia celular. Na prática, pelo caráter gratuito, os espaços vagos servirão para uma espécie de WiFi turbinado, com raio de cobertura bem superior ao atual.
Banda larga móvel