Quão confiáveis são os dados de tráfego repetidos exaustivamente pelas teles?

Durante as palestras do Mobile World Congress, que aconteceu esta semana, um número foi repetido inúmeras vezes: o tráfego de dados nas redes móveis será multiplicado por 18 até 2016. Foi como um mantra para justificar as necessidades de investimento em redes, as novas arquiteturas baseadas em micro-células, os acordos de negócio a serem buscados com os provedores de conteúdo, os novos planos de dados que precisam ser inventados…

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Esse e outros números citados por quase todas as operadoras nas palestras e debates têm como fonte, quase sempre, o Visual Networking Index (VNI), produzido pela Cisco desde 2006, e ao que tudo indica é com base nesse dado que todas as projeções e planejamentos de negócios estão sendo tomadas. Mas afinal, o que garante a precisão dessas informações? Qual a metodologia por trás dos dados?

Segundo Robert Pepper, VP de políticas tecnológicas da Cisco, as informações são coletadas de duas maneiras. Primeiro, dentro das próprias redes das operadoras: a Cisco tem acordos com vários provedores de Internet e operadoras de telecomunicações para instalar em suas redes equipamentos que analisam o perfil do tráfego total da rede, para identificar tipos de conteúdo e origem. Depois, são coletados dados sobre a quantidade de acessos dos operadores junto a fontes oficiais, como governos e junto às próprias operadoras.

A Cisco também adquire informações coletadas por softwares de teste de qualidade de rede, como o Speedtest (que inclusive está sendo recomendado no Brasil para que os usuários verifiquem a qualidade de suas conexões). Esses testes permitem ter uma medição sobre a velocidade média no acesso final. E por fim são cruzados dados referentes a projeções de crescimento das bases de assinantes de institutos de pesquisa confiáveis. Com tudo isso, a Cisco faz o cruzamento das informações e revela as suas projeções que, segundo Pepper, têm registrado historicamente um erro aceitável de um a dois desvios, sempre para baixo. Ou seja, as projeções têm se mostrado conservadoras. "Começamos esse levantamento em 2006, e desde então ele tem sido aprimorado", disse o executivo a este noticiário.

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