A Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) encaminhou nesta terça, 22, um documento ao Ministério das Comunicações, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e à Anatel formalizando seu posicionamento contra a pretensão da empresa européia Greener Solutions de fornecer aparelhos celulares GSM de segunda mão para a revenda no País.
Na carta, a Abinee afirma que soube da existência da Greener e de seus objetivos por meio da imprensa. Este noticiário entrevistou o presidente da empresa, Colin Armstrong-Bell, no dia 8 de abril, que disse, na ocasião, estar negociando com operadoras e distribuidores no Brasil.
Desrespeito
Na carta, a Abinee cita o desrespeito à Portaria 370/94, do MDIC, que proíbe a importação de produtos usados e das conseqüências disso à indústria de aparelhos celulares. ?Na nossa visão, é o pior que poderia acontecer. O aparelho celular é o item de maior expressão na pauta de exportações. Foram US$ 1,1 bilhão em 2002 e no primeiro trimestre deste ano já superamos o primeiro trimestre de 2002?, afirma o presidente da Abinee, Carlos Paiva Lopes.
Se isso for permitido, diz Paiva Lopes, a indústria de handsets que está se implantando será destruída. Essa indústria está criando subfornecedores da cadeia produtiva ainda, afirma Paiva Lopes. ?E pode corroer a marca dos fabricantes porque os usuários vão procurar o suporte técnico dos fabricantes?, acrescentou Paiva Lopes. Segundo ele, os fabricantes não teriam como garantir o suporte técnico de um produto que não é fabricado no Brasil.
A carta da Abinee pede aos órgãos que não permitam a concretização das intenções da Greener. Segundo o presidente da empresa, os aparelhos de segunda mão custam entre 30% e 70% menos que os novos. Ele também afirmou que está ciente da proibição da importação de bens usados, mas explicou que cabe a seus parceiros no Brasil procurarem uma solução junto ao governo.