Telmex compra Net para ser, também, operadora de TV paga

A intenção da Telmex ao entrar na Net Serviços não é apenas ter a última milha para a operação da Embratel. Aliás, segundo Arturo Ayub, diretor de alianças estratégicas e comunicações da empresa mexicana, as sinergias a serem buscadas entre Net e Embratel ainda não estão definidas e muito menos negociadas. Portanto, a Net não será, necessariamente, a via de acesso da Embratel, ainda que esta, provavelmente, seja a conclusão da parceria. Segundo Ayub, a Telmex tem o interesse de ser acionista em uma empresa prestadora de serviços de vídeo, dados e voz, e vê na Net o melhor caminho para isso. A empresa mexicana não descarta, por enquanto, outras parcerias do tipo com outras operadoras de cabo no Brasil, mas não há negociação.
A Telmex fez por conta própria a avaliação de entrada na Net, sem o auxílio de um advisor, e diz que optou por deixar bastante amplo o intervalo entre o máximo e o mínimo que investirá no negócio (US$ 250 milhões e US$ 370 milhões) justamente por conta do complexo processo de reestruturação da Net Serviços.
A Telmex sabe que precisa de uma mudança na Lei do Cabo para se tornar controladora na Net Serviços, mas não conta com isso. Está disposta a manter o investimento mesmo que precise ficar em posição minoritária. A Telmex teve a experiência de operar TV a cabo pela Cablevisión, maior operadora mexicana, que posteriormente teve o controle transferido para a Televisa. José Formoso Martinez, atual diretor geral da Embratel, foi, inclusive, o responsável pela operação de cabo da Telmex no México.

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A Telmex elogia a família Marinho e diz que a convivência entre os dois grupos, que é recente, tem se mostrado excelente e poderia, inclusive, se expandir para outros negócios fora do Brasil. "A Globo é um grande grupo de conteúdo. Temos o melhor conteúdo disponível, respeitaremos os acordos que a Net já tem e entendemos que seria pouco inteligente levar conteúdo do México para o Brasil", diz Ayub.
Sobre as necessidades de investimentos da Net, a Telmex diz que não há a necessidade de fazer uma due dilligence na empresa, e que isso acontecerá apenas futuramente quando forem buscados negócios em comum com Embratel e outras empresas controladas pelos mexicanos. Para a Telmex, a limitação imposta pelo acordo com os credores de investimentos de US$ 50 milhões ao ano não é um problema a princípio, mas que ainda é cedo para fazer avaliações sobre esses detalhes. A mesma avaliação se aplica à possibilidade de unir Net e Embratel em uma só empresa: "Não descartamos nada, mas é claro que ainda é muito cedo para pensar nisso", diz Ayub.

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