Vivo e Anatel dão informações desencontradas

A Vivo divulgou nesta sexta, dia 14, que restabeleceu completamente as comunicações móveis no Distrito Federal. A operadora, por conta de problemas em rede que provocaram falhas na comunicação para mais de 10% da base no Distrito Federal, ou mais de 150 mil usuários, segundo a Anatel, teve suspensa a ativação de novas linhas por medida cautelar da agência. Até a noite desta sexta, a sanção era mantida.
Segundo a empresa, o problema em sua rede foi detectado na segunda, dia 10, nos horários de maior movimento, das 11h às 12h e das 17h às 18h. Em uma das cinco CCCs (Centrais de Comutação e Controle) da empresa, à qual estão ligados 122 mil assinantes das tecnologias TDMA e CDMA, o link entre a central e a unidade de controle das ERBs funcionava com capacidade abaixo da prevista, impedindo a terminação de ligações destinadas aos usuários da central. Isto significava que o usuário daquela estação conseguia completar chamadas, mas não receber. A existência do problema foi comunicada à agência na terça, dia 11, segundo a empresa.
Segundo Sérgio Assenço, diretor regional de coordenação geral da Vivo para as regiões Centro-Oeste e Norte, a central da empresa em Brasília pode funcionar com até 3 mil ERLs (unidade de medida de tráfego). Normalmente, são utilizadas 2,2 mil ERLs nos horários de maior tráfego. O problema na ligação entre as CCCs e as ERBs acontecia a partir de 1,8 mil ERLs em utilização. Ainda segundo o diretor da empresa, o problema foi sanado às 19h50 do último dia 12. Mas a empresa aguardou até a tarde do dia 13 para confirmar o funcionamento pleno da estação e comunicar o fato à Anatel, o que foi feito às 18h de quinta (13).

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De acordo com Sérgio Assenço, no decorrer do processo de avaliação das dificuldades, a empresa identificou que 97 mil assinantes (que estavam efetivamente conectados à estação) foram afetados pela pane.

Contradições

Quando anunciou a medida cautelar, a Anatel disse que o problema foi identificado pelo call center da agência a partir do dia 5 de maio, em pleno período de comercialização e habilitação intensiva por causa do Dia das Mães. Este fato é negado pela empresa, mas assinantes ouvidos por este noticiário também confirmam as dificuldades enfrentadas desde a semana passada. A Vivo, portanto, não admite que o problema tenha sido causado pelo excesso de habilitações no período. "Nossas centrais funcionam com 65% a 70% de sua capacidade. Não existe a menor possibilidade de saturação", explicou Assenço.
Em relação ao número de assinantes afetados, Anatel e Vivo também divergem. Enquanto a agência garante que mais de 10% dos assinantes da operadora no DF foram afetados, a Vivo diz que este número é menor, chegando a, no máximo, 9%.
A Anatel justifica a abertura de Procedimento Administrativo por Descumprimento de Obrigação (Pado) contra a Vivo, entre outras razões, pela não comunicação do problema à sociedade, à agência, e aos assinantes. A empresa, no entanto, afirma que na terça, dia 11, foi procurada pela TV Globo e informou a existência do problema, considerando que assim, a comunicação pública estava cumprida.
Algumas perguntas sobre o caso permanecem sem resposta. A primeira delas é porque a Anatel não entrou em contato com a Vivo no DF a partir do dia 5, quando recebeu as reclamações no call center? Por que a agência aplicou a medida cautelar depois que a empresa garantiu que os problemas estavam resolvidos?
Apesar das aparentes contradições, a Vivo garante que está cumprindo a medida cautelar e que irá ressarcir os usuários afetados. Como medida de precaução, para evitar a repetição do problema, Assenço anunciou a instalação de uma segunda unidade de controle das ERBs em paralelo à unidade que apresentou o problema. Assenço ressaltou que esta é uma medida inédita, mas tomada pela empresa para evitar que o transtorno se repita.

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