Rede da BrT não sai do papel este ano

Os fornecedores escolhidos para a instalação da operação do Serviço Móvel Pessoal (SMP) da Brasil Telecom (BrT) já não trabalham com a expectativa de que a rede, no padrão GSM, comece a funcionar este ano, o que significaria o estouro do prazo estabelecido pela Anatel para início das operações. Isto porque, segundo fonte próxima às obras, apenas foram feitos os estudos técnicos para a montagem da infra-estrutura, sem ter havido ainda nenhuma movimentação no sentido de se finalizar os contratos de fornecimento dos equipamentos. Como a rede planejada em princípio pela operadora exigiria prazo mínimo de cerca de quatro meses para ser instalada, fica inviável portanto sua conclusão em 2003. O prazo mínimo exigido pela Anatel para a partida das operações autorizadas de SMP é de um ano a partir da assinatura do contrato. Ou seja, a nova rede deveria estar em operação a partir de dezembro. Procurada por este noticiário, a empresa não quis dar esclarecimentos sobre o assunto.
Segundo informações não oficiais, a BrT decidiu dividir uma rede bastante reduzida, projetada para atender a tempo uma cobertura mínima exigida pela Anatel para garantir a posse das licenças, entre a Siemens, Alcatel, Ericsson e Nokia. A empresa pretende começar a trabalhar apenas nas principais localidades de suas áreas de autorização do serviço móvel (nove estados do Sul, Centro-Oeste e Norte, mais Distrito Federal).
A rede móvel da BrT está no centro do conflito entre o Opportunity e a Telecom Italia, que pretende voltar para o controle da concessionária assim que for certificada pela Anatel a antecipação de suas metas de universalização. Com o eventual retorno do grupo italiano à empresa, pelo menos a princípio, não será permitido o convívio da TIM com a futura nova operação da BrT na mesma área.

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Estratégia

Coincidênica ou não, a BrT anunciou, por meio de fato relevante, a decisão de cortar ainda em 2003 investimentos da ordem de R$ 400 milhões, medida recebida positivamente por analistas de mercado. Vale lembrar que Carla Cico, presidente da operadora, anunciou em agosto que a BrT investiria cerca de US$ 300 milhões, em dois anos, na construção de sua rede SMP, prevendo obter já nos primeiros doze meses de operação cerca de 1 milhão de clientes.
Fontes próximas aos fundos de pensão consideram estranha a decisão da empresa de cortar investimentos nesse momento do ano, sem uma discussão prévia com os acionistas e tendo a BrT a geração de caixa que tem.

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