Fundo ligado a Nelson Tanure insiste em mudar conselho da Oi

Apesar do fato relevante liberado pela Oi na semana passada, o Fundo Société Mondiale, representado pela gestora Bridge Administradora de Recursos, que é ligada ao empresário Nelson Tanure, reitera a convocação para assembleia extraordinária. Em comunicado enviado a acionistas nesta terça, 9, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao diretor de relações com investidores da Oi, Flávio Nicolay Guimarães, a acionista minoritária da companhia detalha não apenas a destituição de parte do conselho de administração da operadora (e revogação de assembleias que resultaram na aprovação da proposta de fusão com a Portugal Telecom), mas indica nomes em substituição aos atuais membros indicados pela Pharol, antiga PT.

Entre os nomes, indicam o ex-ministro das telecomunicações e ex-senador Hélio Costa; o ex-vice-presidente do BNDES e ex-diretor de economia da Telefónica, Demina Fiocca; o ex-diretor de operações do BNDES e ex-diretor da CVM, Durval José Soledade Santos; e o ex-assessor parlamentar dos ministérios do Planejamento e da Fazenda, Pedro Grossi Junior, que já foi administrador da própria Oi antes da privatização. Uma das justificativas oferecidas é de que os atuais conselheiros "vêm usando seus cargos para a proteção de interesses próprios e/ou do acionista que os indicou (a Pharol), impedindo a Oi de dar início às medidas de reparação de danos para se ressarcir dos prejuízos causados por referido acionista".

Sobre o ex-ministro Costa, afirma que ele foi "peça-chave para conduzir a interlocução técnica da companhia junto à Anatel e para aprimorar a gestão regulatória da companhia". Diz ainda que "talvez não exista no mercado alguém mais indicado para assumir a função de conselheiro da Oi".

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Com o novo conselho, a Société Mondiale espera poder contribuir com a gestão da companhia com equipe de "capacidade técnica, reputação ilibada, conhecimento do mercado de telefonia brasileiro e experiência em reestruturações corporativas". Acredita inclusive que poderiam apoiar estudos e "incentivar um aprimoramento" da LGT. Também querem promover a aproximação entre acionistas e credores, atuar de forma cooperativa com órgãos reguladores e apoiar a diretoria na condução do processo de recuperação judicial. O fundo alega não querer alterar o rumo das negociações com os credores e que não pretender promover alterações na diretoria até a apresentação do plano de recuperação.

Fusão

Hélio Costa, agora indicado por Tanure, foi o ministro das Comunicações do governo Lula que deu início ao processo de fusão entre Oi e Brasil Telecom, em 2008, ao formalmente provocar a Anatel a rever o Plano Geral de Outorgas (PGO). A fusão, que trouxe benefício sobretudo para os acionistas que desejavam sair das sociedades (GP Participações, Opportunity e Citibank) é considerada como uma das principais causas da delicada situação financeira da empresa, pois foi feita sem a devida auditoria nos passivos da Brasil Telecom e por um valor muito acima do valor de mercado da BrT. Andrade Gutierrez e grupo La Fonte também foram beneficiadas no processo de fusão, ficando com o controle das duas companhias.

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