Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), Luis Cuza, as concessionárias de telefonia fixa já têm em suas mãos uma boa rede para a oferta de banda larga, composta pelos cabos de cobre. ?Se elas querem banda larga, deveriam usar a rede de cobre, que é mais barata e está em todo o Brasil?, sugere o executivo. A Telcomp concorda com a decisão da Anatel de proibir a participação das concessionárias locais no leilão das faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHz em suas respectivas regiões de atuação. No entender de Cuza, a decisão da Anatel visa estimular a competição.
O presidente da Telcomp se reuniu nesta quinta-feira, 31, com o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, para tratar desse e de outros assuntos. Cuza argumentou que nesses oito anos pós-privatização, embora cláusulas contratuais demandassem o contrário, as concessionárias fixas fizeram muito pouco em prol da desagregação de suas redes (unbundling). Para ele, a restrição imposta pela Anatel à participação das concessionárias no leilão de 3,5 GHz e 10,5 GHz significa ?dar uma oportunidade a outros investidores de construir suas próprias redes em paralelo àquelas das concessionárias?. Cuza citou o exemplo da França, onde a forte competição em banda larga propiciou uma acentuada queda dos preços: ?Lá você consegue banda larga com velocidade de 10 Mbps pelo equivalente a R$ 40 mensais. Aqui, com sorte, você consegue 400 kbps por R$ 80 mensais?, comparou.
Inclusão digital
A respeito do interesse do Minicom em criar um projeto de universalização de banda larga no futuro, Cuza lembrou que não faltarão freqüências para isso. ?Há outras freqüências que podem ser utilizadas com os mesmos equipamentos, como 5,8 GHz, 2,5GHz e 2,4 GHz?, afirmou, acrescentando que a Telcomp é ?200% a favor? de um programa de universalização de banda larga no País.