Huawei amplia receita e lucro em 2019, mas prevê cenário mais difícil em 2020

Foto: Divulgação

A Huawei publicou nesta terça-feira, 31, um relatório das operações em 2019 que apontou para aumento nos lucros e nas receitas mesmo em meio ao boicote à companhia liderado pelo governo dos EUA. O ano de 2020, contudo, deve trazer desafios ainda maiores, avalia a fornecedora chinesa.

"O ambiente externo deve ficar ainda mais complicado daqui para frente", afirmou o chairman rotativo da Huawei, Eric Xu. Segundo ele, é praticamente impossível dar um guidance para a operação em 2020, muito por conta do impacto econômico gerado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Chairman do conselho da empresa, Liang Hua destacou também as questões geopolíticas nas quais a fornecedora está envolvida. "2020 pode se mostrar um desafio ainda maior. Teremos que nos adaptar às restrições prolongadas impostas pela Lista de Entidades [cujos negócios nos EUA enfrentam restrições], além de endereçar o impacto econômico do covid-19. Ainda assim, estamos confiantes", afirmou.

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Cifras

Ao longo de 2019, a Huawei registrou um faturamento de 858,8 bilhões de yuans, em alta de 19,1% e que representou cerca de US$ 121,2 bilhões na cotação atual. O fluxo de caixa das atividades operacionais somou 91,4 bilhões de yuans (US$ 12,9 bilhões) após salto de 22,4%, enquanto o lucro líquido aumentou 5,6%, para 62,7 bilhões de yuans (cerca de US$ 8,85 bilhões).

No recorte por regiões, houve alta no faturamento nas Américas mesmo com as restrições impostas pelos EUA: a fornecedora registrou receita de 52,4 bilhões de yuans (US$ 7,4 bilhões), em alta anual de 9,6%. No Brasil, foram destacados no relatório a atuação junto a governos e o lançamento de serviços de nuvem.

Principal área de atuação do grupo, o mercado doméstico chinês representou 59% do faturamento no ano, contra 51% em 2018: foram 506,7 bilhões de yuans, ou cerca de US$ 71,5 bilhões após salto de 36,2%.

A atuação na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) ficou praticamente estável após alta de 0,7% em um ano, para 206 bilhões de yuans (ou US$ 29 bilhões). Por sua vez, os negócios da companhia foram fortemente impactados na região da Ásia e Pacífico, onde houve queda de 13,9% nas receitas, para 70,5 bilhões de yuans (US$ 9,9 bilhões).

Vale notar que Japão e Austrália se destacam como países que criaram restrições para a atuação da empresa ao longo dos últimos meses, possivelmente afetando os resultados dessa região.

Operadoras

Ultrapassada pela divisão de consumo, que se tornou a principal linha de receita da Huawei em 2018, a área de carriers (operadoras) cresceu 3,8% ao longo de 2019: foram 296,7 bilhões de yuans faturados, ou US$ 41,8 bilhões.

Entre os fatores destacados na divisão estão o impulso gerado pela adoção de redes 5G, a nova geração de equipamentos para acesso em rádio (incluindo os voltados para banda C) e a adoção de recursos de inteligência artificial pelas operadoras, além fornecimento pela Huawei de solução para a habilitação de novo serviços.

Consumo e P&D

O grande motor dos resultados da companhia chinesa foi a linha de consumo, que inclui a divisão de smartphones da marca. Em 2019, a área totalizou 467,3 bilhões de yuans em receita, em crescimento de 34%. O valor equivale a cerca de US$ 65,9 bilhões.

A vertical empresarial (enterprise) também registrou números positivos, em alta de 8,6% em um ano. Assim, a divisão gerou 89,7 bilhões de yuans, ou US$ 12,6 bilhões na cotação atual.

A Huawei ainda reportou um investimento de 131,7 bilhões de yuans em pesquisa e desenvolvimento (P&D), ou cerca de US$ 18,6 bilhões. Com mais de 85 mil patentes registradas, a empresa tem cerca de 15 mil funcionários engajados nas atividades de P&D. No total, a companhia soma mais de 104 mil colaboradores em todo o mundo.

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