Não é apenas a GVT que tem proposta de compra da Intelig sendo analisada dos fornecedores da espelho de longa distância. Nortel e Alcatel, por terem financiado a rede da Intelig, detêm o poder de decisão sobre a transferência do débito sobre este ativo.
De acordo com Jonio Foigel, presidente da Alcatel, que em conjunto com Nortel vem mantendo diálogo com empresas pretendentes à compra, existem mais quatro ofertas em discussão. Entre estas ofertas há uma do grupo de executivos que comandam a Intelig, encabeçado pelo presidente da empresa, José Carlos Pereira da Cunha.
A Brasil Telecom, que chegou a manifestar interesse pela Intelig, ficou de fora da lista por ter proposto a compra parcial das ações, de 19,9%, para se adequar às restrições que lhe são impostas pela Anatel por não ter antecipado as metas de universalização.
A Alcatel do Brasil só foi autorizada pela matriz a discutir formalmente a venda da Intelig no dia 8 de outubro. A disposição de comprar a carrier é variável de caso a caso, comenta o presidente da empresa fornecedora, mas ainda não é possível perceber qualquer favoritismo. Quanto à GVT, ele diz que a empresa entrou por último na disputa, mas ?recuperou o tempo perdido? demonstrando grande determinação para a aquisição.
O diretor geral da Nortel, Hervé Adam, também confirmou que a empresa está negociando com a GVT os termos da transferência da dívida. Adam considera positivo para a Nortel que a GVT passe a controlar a Intelig. ?Se rejeitarmos a oferta da GVT hoje, não sei quando aparecerá outra nem quanto tempo a Intelig resistirá antes de precisar pedir concordata?, opina o executivo. A exemplo da Intelig, a GVT também é cliente da Nortel, com um valor financiado ao longo de cinco anos de US$ 240 milhões.