Com 5G privativo, metaverso da indústria brasileira é lançado na ABDI

Foto: Lula Lopes

O conceito de metaverso (que combina realidade real e virtual) será aplicado ao setor industrial brasileiro, com apoio da tecnologia 5G. Ao menos é o que espera a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a SPI Integração de Sistemas. As instituições lançaram em Brasília, nesta quarta-feira, 30, o projeto MetaIndústria. A iniciativa pretende formar dois centros e quatro laboratórios de soluções de tecnologia para atender cem indústrias do País até 2025.

Na parte de telecomunicações, a Nokia entra no MetaIndústria como hub para conectar as soluções do projeto, a partir do uso de portfólio para redes privativas 5G da empresa. "A gente aqui está consolidando as experiências, para mostrar que isso, o metaverso na indústria do Brasil, é viável", disse ao TELETIME Vanessa Vieira, diretora de desenvolvimento de negócios da Nokia.

Ao todo, são 29 parceiros e provedores de serviços e produtos de tecnologia do MetaIndústria. Alguns nomes são Qualcomm, SiDi (Instituto de Ciência e Tecnologia), Nokia, Nokia Bells Labs, Siemens, Nvidia.Universal Robots, RockWell Automation e Dassault Systèmes. O projeto ainda conta com um conselho consultivo, chamado de Future Board. Trata-se de um corpo diretivo composto por executivos da Nestlé, Braskem, São Martinho, Bio-Manguinhos, Petrobras, Dexco, Aché, General Motors e Boticário.

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O projeto

A MetaIndústria é resultado de uma parceria entre a ABDI e a SPI Integração de Sistemas. O objetivo é formar um ecossistema de colaboração, automação e comunicação. O foco, segundo a ABDI, são indústrias interessadas em expandir o modelo de negócio a partir de tecnologias inovadoras. Com isso, ABDI e SPI pretendem oferecer laboratórios físicos e soluções digitais de realidade virtual e inteligência artificial para qualificação, consultoria e recursos tecnológicos avançados.

"As soluções da Indústria 4.0 sempre foram oferecidas, até esse momento, de forma isolada. Mas pelos projetos que a ABDI desenvolveu, a gente percebeu que esse modelo não é suficiente, dada a complexidade dos problemas da indústria", contou ao TELETIME Bruno Jorge, gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da ABDI. De acordo com o profissional, o MetaIndústria vai mostrar o conceito do ecossistema funcionando na prática para a Indústria 4.0.

O projeto está estruturado em três eixos principais de trabalho: modelo de negócios; redução de risco da transformação; e preparação de mão de obra. "Nesse primeiro momento, vamos atender cem empresas. Mas, para depois, a ideia da ABDI é angariar novos parceiros, novas fontes e novos modelos de negócio que sustentem esse projeto ao longo do tempo", informou Bruno Jorge ao TELETIME.

O evento de lançamento do projeto contou com a participação de Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC, ao qual a ABDI é vinculada). O representante do governo afirmou que a digitalização exige torná-la acessível. "Não faremos isso pelo Estado. Isso é papel da iniciativa privada. O papel do governo é fomentar", disse Rosa.

Tecnologias

Ao todo, o evento em Brasília demonstrou sete casos de tecnologias. Todas elas utilizavam a rede privativa da Nokia: dos óculos virtuais para treinamento de colaboradores até o avançado Factory 5.0 – que utiliza tecnologias que transformam ambientes reais em espaços virtuais com alto nível de detalhes, para que gestores possam testar mudanças de processos antes de colocá-los em prática.

O Metalndústria ainda consolidará um complexo formado por dois centros de engenharia, um em São Caetano do Sul (SP) e outro em São Leopoldo (RS), e quatro laboratórios, um de digitalização, outro de automação e mais dois Metalndústria Labs, um já em operação na sede da SPI em São Paulo e outro em desenvolvimento em parceria com a Unisinos no Rio Grande do Sul.

Fundamentada no conceito de metaverso, uma plataforma ciberfísica, que une o real e o virtual, está sendo estruturada pela SPI especificamente para essa iniciativa e demonstrará as soluções desenvolvidas dentro dos centros de engenharia. De acordo com a SPI, as empresas participantes poderão acompanhar remotamente e em tempo real essas demonstrações. Isso será possível porque a ABDI investiu recentemente na construção do Data ABDI, um espaço data-driven, multifuncional, multiusuário e escalável, que também dispõe de tecnologia 5G, equipado com tecnologias de imersão digital e imagem alta resolução, preparado para receber dados em tempo real e informações analíticas de várias plataformas tecnológicas.

Nesse complexo serão desenvolvidas e testadas soluções de tecnologia que atendam às demandas de inovação em modelo de negócio das indústrias brasileiras e, ao mesmo tempo, mitiguem as incertezas e os riscos advindos de investimentos em inovação. Toda essa estrutura também será o local para capacitações imersivas de profissionais e gestores, e onde eles terão acesso a estratégias de gestão de inovação e tecnologias de ponta como inteligência artificial, realidade virtual e aumentada.

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