A Telemar nega que componha um cartel com as outras duas concessionárias locais ? Brasil Telecom e Telefônica, conforme acusação feita pela Embratel na semana passada junto à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça. ?A Embratel apresentou meias-verdades. Temos elementos para provar que as acusações são infundadas?, afirmou o diretor de regulamentação da Telemar, Ércio Zilli.
Zilli discorda do argumento da Embratel de que a operadora local não estaria competindo com as outras concessionárias fora de sua área original de atuação. Ele lembra que a Telemar comprou a empresa de transmissão de dados Pegasus, cuja rede está em São Paulo. E explicou que o foco nas regiões II e III do PGO é inicialmente a disputa do mercado corporativo, tal como faz a própria Embratel na telefonia local.
O executivo também nega a acusação de que a interconexão entre as teles locais aconteça sempre rapidamente e com a Embratel costume atrasar. ?Nossa interconexão local com a Embratel ficou pronta antes mesmo de ela ter a autorização?, afirmou. Ele confirma, porém, que houve uma divergência mais tarde, quando a Embratel quis ampliar a capacidade na interconexão. No entender da Telemar, não havia, na época, demanda de tráfego para a expansão e o caso foi levado à Anatel.
Venda da Embratel
Para Zilli, as acusações precisam ser compreendidas dentro do contexto de disputa pela compra da operadora de longa distância. A iniciativa da Embratel seria uma tentativa, no seu entender, de criar um fato novo para apresentar à Justiça americana, que acompanha o processo de venda da companhia.
As teles fixas fizeram uma proposta de até US$ 550 milhões que foi preterida pela MCI por causa do risco regulatório. Elas, entretanto, recorreram à corte americana de falências, que dará uma resposta no dia 13 de abril.