"Micromomentos" são o novo campo de batalha no mobile

Um novo campo de batalha para a publicidade e o comércio móvel são os chamados micromomentos, ou seja, situações em que o contexto importa, mas a brevidade torna a relevância mais difícil para as empresas, especialmente se forem de telecom. Na visão do vice-presidente de vendas do Google nos Estados Unidos, Jon Kaplan, aproveitar isso não é trivial. "É preciso identificar seus micromomentos olhando para suas próprias analytics", declarou ele durante conferência da empresa em São Paulo nesta terça, 29.

Isso é ilustrado por dados divulgados por Kaplan sobre a utilização de smartphones no Brasil, que mostram que um terço dos dispositivos móveis brasileiros são usados para efetuar compras. Muitas vezes depende de estímulo externo. Os dados internos da companhia mostram que 65% dos usuários que efetuam compras nos smartphones utilizam seu dispositivo para saber mais sobre um comercial de TV.

Além disso, o conteúdo gerado pelos próprios usuários é importante: 73% afirmam que uma análise de um produto é o maior influenciador na hora de realizar uma compra de algum produto de telecom. Ainda de acordo com o Google, 42% dos usuários de smartphone só levam "poucas horas" para tomar uma decisão de compra. A companhia registrou ainda um aumento de 130% nas consultas no atendimento ao consumidor.

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No mundo, o comportamento não é diferente. Kaplan diz que 90% das pesquisas sobre horário de funcionamento de lojas acontecem na plataforma móvel, especialmente com recursos de localização (30% de todas as buscas, aumento de 2,4 vezes). Da mesma forma, dois terços das buscas no YouTube em guias de "como fazer" são efetuados em celulares. Os dados são de abril a agosto deste ano.

A ideia é que as empresas aproveitem as situações no contexto específico com as informações de análise de acesso, como o Google Analytics. "É preciso medir momentos que importam", diz Kaplan. "Não temos uma solução perfeita de medição, mas você precisa estar lá fazendo algo", declara.

Nordeste cresce mais que Sul

A diretora da indústria de telecom do Google Brasil, Patrícia Muratori, ressalta que pesquisa Google & Provokers do Brasil registrou um dado interessante: a quantidade de buscas feitas em mobile na categoria de "telecomunicações e smartphone" tem uma tendência diferente, com a região Sul com a transição mais lenta no País. "O Nordeste é a região que puxa mais a digitalização, enquanto o Sul está com transformação mais lenta", diz Patrícia, afirmando ter se surpreendido pelo resultado. No entanto, a companhia ainda não divulgou os números do estudo.

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