As operadoras de telecomunicações em todo o mundo estão finalmente se movimentando em relação a novos serviços e à realidade digital, na opinião de Sandro Tavares, diretor global de marketing para telecomunicações da Dell Technologies. Em episódio do TELETIME em Destaque produzido em parceria com a Dell, ele comenda as percepções do mercado após o Mobile World Congress realizado em fevereiro, em Barcelona, e que teve como principal característica a presença massiva (mais de 50% do público, segundo a organização) de outras indústrias que estão passando pela transformação de seus negócios.
"Muitas empresas nos procuraram (no Mobile World Congress) para entender quais as principais mudanças em termos de produtos e serviços para alavancarem as suas próprias transformações, mas também para entender o que eles precisam fazer para poderem ser os provedores básicos da transformação digital em outros setores. O que fazer na rede? O que fazer nos processos internos?", resumiu Tavares.
Para o executivo, isso passa não só pela arquitetura de rede, mas também pelo lançamento de novos produtos que precisam ser integrados ao DNA das empresas (que estão passando pelo processo de transformação).
Mudança cultural e rentabilização do 5G
Segundo ele, a rentabilização do 5G passa por essa mudança de cultura. "Há uma necessidade latente de não só de reduzir custos, mas crescer na oferta de novos produtos. O processo de transformação digital (das teles) vai nesse sentido, porque as redes ficam mais eficientes em termos de Capex e Opex e, também, são criados novos serviços. Mas só a (transformação da) rede não é suficiente, por isso precisa do processo de transformação cultural, organizacional etc."
No episódio do TELETIME em Destaque, ele comentou ainda sobre o potencial do Open Gateway, com as APIs de rede e a atuação coordenada entre diferentes operadoras. Também falou da transformação da oferta de serviços e como as operadoras e fornecedores estão adaptando nesse novo momento os seus planos de OpenRAN, após os ajustes demandados pelo próprio mercado. "Houve um amadurecimento do ecossistema OpenRAN, com um approach muito mais pragmático, que ficou muito claro em Barcelona. Ficou clara a mudança em relação à percepção sobre a hora de basear as redes soluções de arquitetura mais monolíticas e qual a hora de se basear em soluções de cloud", concluiu Tavares.
Confira a íntegra da conversa, que ainda abordou as oportunidades em redes privativas, as experiências internacionais de operadoras como Rakuten e Dish no desenvolvimento de serviços digitais e os principais desafios para o Brasil. A entrevista com Sandro Tavares está disponível no canal da TELETIME no Youtube e nas principais plataformas de podcast.