A razão para o prejuízo líquido de R$ 395 milhões da Tele Norte Leste Participações (TNLP), holding que controla a Telemar Norte Leste, foram despesas financeiras não recorrentes, explicou o diretor de finanças e relações com os investidores da companhia, Alex Zornig. Ao todo, essas despesas extraordinárias somaram R$ 488 milhões, divididos da seguinte forma: R$ 220 milhões referentes à correção monetária sobre a diferença entre Refis e PAES, em razão de recente decisão judicial; R$ 203 milhões após conciliação de depósitos judiciais; e R$ 65 milhões devidos à padronização entre Telemar e Brasil Telecom (BrT) de seus princípios de contingenciamento para ações trabalhistas. Não fossem esses itens extraordinários, o resultado da Oi teria sido positivo, afirmou Zornig.
O diretor informou que a Oi tem mais de 358 mil depósitos judiciais que somam aproximadamente R$ 8 bilhões. O balanço registra cerca de R$ 5 bilhões em provisões para possíveis perdas, dos quais R$ 3 bilhões vêem da Brasil Telecom. O ajuste de R$ 203 milhões após a realização da conciliação, portanto, representa um percentual pequeno sobre o total. Quanto à padronização dos princípios de contingenciamento entre Telemar e BrT, esta última era menos conservadora ao calcular as provisões necessárias.
Zornig se mostrou confiante de que a Oi voltará a ter bons resultados financeiros. Ele destacou o fato de a operadora ter sido a líder em adições líquidas em telefonia móvel. "Estamos crescendo a base. O aumento da receita vem depois", prevê. No entanto, vale destacar que o balanço registrou redução na receita média por usuário nos serviços móveis, fixos e banda larga.
Sobre a compra de ações da Portugal Telecom, o diretor espera que a Oi atinja 10% até o final do ano, para ter um benefício fiscal concedido pela legislação portuguesa. Ele negou que haja qualquer negociação para compra da participação minoritária que a Telefônica mantém no grupo português.
