?O Fust virou uma CPMF. A melhor coisa a fazer seria eliminá-lo?. Com essa declaração, o diretor de assuntos regulatórios da Telemar, Ercio Zilli, provocou o conselheiro da Anatel, Luiz Tito Cerasoli, sobre onde estão e como serão usados os recursos do fundo. Ambos participaram do III Rio Telecom, nesta terça, 29, no Rio de Janeiro.
Segundo Zilli, o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) foi tão desvirtuado quanto o imposto sobre movimentação financeira. ?A princípio, o Fust foi criado para ajudar na universalização da telefonia fixa, depois mudou para auxiliar na inclusão digital e agora não serve para nada, já que os recursos (mais de R$ 2 bilhões) estão presos há dois anos e ninguém entra num consenso sobre a forma que serão utilizados?. Além disso, o executivo afirma que a inclusão digital é muito mais que levar computador a comunidades carentes ou escolas: é investir em educação. "E o setor de telecomunicações não pode ser o único responsável por uma questão tão ampla e que atinge a toda a sociedade", reclamou. Zilli defendeu a redução de impostos como uma maneira de baratear os serviços de telecomunicações e conseqüentemente expandi-los, assim como os serviços de acesso à Internet.
Para responder as críticas, o conselheiro Tito Cerasoli foi categórico: ?não sou tão pessimista em relação ao futuro do Brasil e acredito no bom senso do novo governo na liberação de recursos?. O conselheiro afirmou que a Anatel está elaborando uma nova proposta para contratação de um serviço que irá levar computador às escolas com os recursos do Fust. ?A idéia é contratar uma empresa para ser a responsável pela conexão, computadores, continuidade dos serviços, tudo. Mas isso só será feito se o governo liberar o dinheiro do fundo?, diz Tito Cerasoli. A previsão é que isto ocorra em meados do segundo semestre para que a execução do projeto se inicie em 2004.
Fust