O ministro da Cultura, Gilberto Gil, em uma aula inaugural proferida na Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, na manhã desta quarta-feira, 29, leu um texto com duras críticas ao processo de definição de um padrão de TV digital para o Brasil e, em especial, ao ministro das Comunicações, Hélio Costa. O texto, um cordel escrito por uma poetiza de Recife, chamada Luciana Rabelo, discorre sobre os benefícios que a TV digital pode proporcionar à sociedade e atribui ao ministro das Comunicações, inclusive com rimas de baixo calão, a responsabilidade pela pressa em decidir pelo padrão japonês e em favor do empresariado de televisão.
Segundo a assessoria de Gilberto Gil, o ministro falava na UFRJ sobre democracia, e não TV digital. A leitura do cordel, enviado por carta para o ministro, seria, segundo sua assessoria, uma forma de mostrar como o Estado é democrático no Brasil, ao permitir que se enviasse a um ministro de Estado uma crítica tão ferrenha a um de seus colegas.
A atitude de Gilberto Gil acabou criando uma crise com ministro Hélio Costa, que, em entrevista coletiva, retrucou as críticas cantadas pelo ministro da Cultura chamando-o de ?Gilberto Vil? e de ?cantorzinho-show man?, que ?não comparece às reuniões do Comitê de Desenvolvimento da TV digital? e ?não entende nada do assunto?. "Queria ver ele repetir estas palavras na frente da ministra Dilma (Rousseff)", provocou ainda Hélio Costa.
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