Sucesso do 5G na China é a base da digitalização da economia do país, diz Huawei

Sabrina Meng, deputy chairman e CFO da Huawey, durante o MWC Shanghai 2023

A China é, de longe, o maior exemplo de avanço do 5G no mundo. Com 58% dos acessos instalados no globo (660 milhões de um total de 1,3 bilhão de usuários 5G), o país está definitivamente empenhado em fazer da banda larga móvel a base de um processo ainda mais amplo de transformação digital. Esta transformação é, de certa forma, um símbolo importante de mudança.

Quem acompanha o mercado de telecomunicações há mais tempo lembra que os principais operadores chineses quase se perderam no 3G com uma disputa de padrões, por pouco não ficando isolados do resto do mundo, que finalmente encontrava uma tecnologia comum. E mesmo no 4G, a China ficou atrás da primeira onda de adoção da tecnologia, liderada pelas operadoras nos EUA. Mas no 5G a história está sendo bem diferente.

Enquanto alguns países estão ainda nos primeiros passos do 5G (o Brasil, por exemplo, ainda está com menos de 10 milhões de usuários na tecnologia), a China tem nada menos do que 2,3 milhões de base stations operando em 5G. Apenas como comparação, o Brasil tem em torno de 100 mil antenas, em todas as tecnologias

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Para Meng (Sabrina) Wanzhou, deputy chairman e CFO da Huawei, o sucesso dos últimos quatro anos no 5G se deve a uma visão estratégica de que ele seria um "super driver" de um processo de transformação digital da economia chinesa. Só no ano passado, o 5G trouxe 1,45 trilhões de RMB (US$ 200 bilhões) para o PIB chinês, porque não foi apenas a comunicação móvel que evoluiu, mas vários negócios, que passaram a se basear em conectividade. "Muitas empresas buscaram a digitalização e estão migrando seus negócios de um modelo baseado em quantidade para um modelo baseado em qualidade", disse a principal executiva da Huawei em seu keynote durante o MWC Shanghai 2023. "Trata-se de uma estratégia de paciência, mas o 5G está trazendo produtividade". 

A Huawei já começa a falar com certa intimidade do cenário 5.5 G, que além de velocidades ainda maiores e maior capacidade da rede para conectar dispositivos, terá a Inteligência Artificial nativa como atributo. 

Mas ainda antes do 5.5 G, a Huawei aposta no potencial da tecnologia RedCap, ou NR-Light. Trata-se de uma conexão simplificada no 5G, dedicada principalmente aplicações IoT, que ao utilizar menor largura de banda e operar com velocidades mais "modestas" (em torno de 100 Mbps), permite otimização do uso de espectro, menor gasto de bateria e simplificação de operação.

Mas o 5.5 G é parte do caminho para o 6G, que já aparece no horizonte da apresentação da executiva, mas para 2030, quando o mundo terá 5 bilhões de usuários e o 5G, nas estimativas de mercado, terá trazido mais de US$ 6 trilhões ao PIB global. "As incertezas do caminho nos farão mais fortes no final", disse ela. (O jornalista viajou ao MWC Shanghai 2023 a convite da Huawei)

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