Lessa pode ser desautorizado a comentar venda da Embratel

Fonte de nível ministerial disse a TELETIME News que o presidente do BNDES, Carlos Lessa, ?está passando de qualquer limite do razoável?, com suas novas declarações dadas nesta quarta-feira, 28, a respeito da venda da Embratel à Telmex. Não se deve descartar a possibilidade de uma desautorização pública de Lessa.
A irritação cresceu com a insistência do presidente do BNDES em questionar a decisão da Justiça norte-americana de autorizar o negócio entre a MCI e Telmex. Ele quer que o caso seja investigado pelas autoridades de mercado de capitais do Brasil e dos EUA.
Na semana passada, o BNDES já havia enviado ofício à CVM e à SEC afirmando que a proposta da Calais garantiria compensação maior aos sócios minoritários detentores de ações ordinárias.

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Sem prejuízo

Analistas ouvidos por TELETIME News, contudo, não endossam o principal argumento do presidente do BNDES contra a venda da Embratel à Telmex, de que o banco oficial teria prejuízo com o negócio. Com base no ganho adicional que teria com suas ações ordinárias (ON) na hipótese de venda à Calais (máximo de R$ 27 milhões) e o ganho potencial que tem com suas ações preferenciais (PN) pela média dos preços-alvo do mercado (R$11 ou total de R$ 38,6 milhões) dizem que não há o que contestar. Veja passo a passo as contas que estão sendo feitas por esses analistas:

1) Pelas 4,953 bilhões de ON que o BNDES possui (3,98% do total), deve receber da Telmex cerca de R$ 72 milhões, considerando o direito de tag along (80% da oferta) equivalente a R$ 14,48 por lote de mil ações. Se a proposta da Calais tivesse sido aceita, o preço do lote ascenderia a um valor máximo de R$ 19,91, com um total de R$ 98 milhões. Uma diferença, portanto, de R$ 27 milhões.
2) Pelas 19,298 bilhões de PN (9,19% do total), pelo preço atual considerando um preço-alvo relativamente modesto, de R$ 11 (upside de 22%), a Embratel pode apurar R$ 212 milhões contra R$ 173,68 milhões do valor atual (ganho potencial, portanto, de R$ 38 milhões). Um target menor, de R$ 10,50, já cobriria com folga a diferença do ganho teórico da hipótese de vitória do Calais.
Se for levada em conta a queda das PN para R$ 8,50, quando ainda era considerada alguma possibilidade de vitória do consórcio Calais (e de fatiamento da Embratel), o ganho seria teoricamente maior. Pois, nesse caso, o BNDES apuraria, com suas ações preferenciais, apenas R$ 164 milhões, com uma diferença de quase R$ 60 milhões.

Victor Martins, do Banco Safra enfatiza que na eventualidade de vitória do Calais, as PN da Embratel ainda poderiam cair muito, aumentando o prejuízo da maioria dos acionistas da empresa. Ele lembra que as PN representam cerca de 69% do total das ações.

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