Para o vice-presidente executivo da Nokia para América Latina, Osvaldo di Campli, existe uma grande oportunidade para as empresas de telecomunicações (operadoras e fornecedores de tecnologias) que é a atuação nos mercados verticais. Campli afirmou a este noticiário durante o Mobile World Congress, que aconteceu esta semana em Barcelona, que na América Latina o mercado de equipamentos de telecomunicações está na casa dos US$ 10 bilhões, montante relativamente estável, mas que a economia nos principais mercados ainda é bastante incerta. O crescimento virá, acredita ele, de segmentos como energia, mineração, indústria, transportes e setor público, entre outros que demandam comunicações para missões críticas, e que hoje representam cerca de US$ 22 bilhões para a indústria de TICs, mas devem dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Esta é uma das grandes apostas da Nokia, além, é claro, da expansão das redes 4G e introdução do 5G no médio prazo.
"Há vários setores da economia que precisam se modernizar e passar pela transformação digital, e a conectividade e as empresas de telecomunicações são essenciais nesse processo", diz ele. O mercado está em oferecer a estes nichos verticais as mesmas tecnologias hoje disponíveis apenas para as teles, como redes LTE, sistemas de operação e controle de comunicações inteligentes etc. "Diferentemente dos EUA, onde o entretenimento tem um papel mais importante, são estas verticais que farão a diferença na América Latina". O papel da Nokia no desenvolvimento destas verticais é abrir as oportunidades e depois buscar os parceiros de telecomunicações quando é o caso.
"O service provider precisa hoje aumentar a sua receita B2B, gerar eficiência de rede e ampliar a monetização dos assinantes de serviços digitais", diz ele. Na parte de otimização dos custos, o caminho enxergado pela Nokia é a digitalização dos dados de rede e automatização da operação das redes com inteligência artificial.