TIM entra na reta final em migração de sistemas de TI para nuvem

Luiz Meisler, vice-presidente executivo da Oracle na américa Latina, e Auana Mattar, CIO da TIM

A TIM está na reta final de um importante projeto de migração para a nuvem de 100% dos sistemas de TI da empresa, que resultará no desligamento de dois data centers no Rio de Janeiro e em Santo André (SP). O projeto deve ser concluído até o final do ano.

Auana Mattar, CIO da TIM, detalhou benefícios e desafios da iniciativa durante evento realizado pela Oracle em São Paulo nesta quinta-feira, 27. Por meio da Oracle Cloud Infrastructure (OCI), a empresa é uma das provedoras de nuvem na migração dos sistemas de TI da operadora; a outra é a Microsoft, com a Azure.

Segundo Mattar, a etapa final do projeto envolve os sistemas de tarifação online (OCS, na sigla em inglês), deixados por último por serem considerados sensíveis e envolveram um grande número de servidores. A migração do OCS deve ser concluída em julho, permitindo a retirada de equipamentos e o desligamento definitivo dos dois data centers ainda em 2023.

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Outras etapas do processo (como migração de atendimento ou faturamento) já foram concluídas – em movimento inclusive impulsionado pela aquisição de parte da operação móvel da Oi pela TIM. "Quando saiu o M&A, aceleramos sistemas que seriam críticos, como billing e cobrança", lembrou a CIO. Para Mattar, a integração realizada após a compra da antiga concorrente poderia ser impossível sem a migração dos sistema de TI realizada.

"Se não tivéssemos ido para a nuvem em 2020, talvez não estaríamos prontos para acelerar no ano passado como fizemos", afirmou a executiva, lembrando da dificuldade do mercado para aquisição de servidores na esteira da crise dos semicondutores e da Guerra da Ucrânia. A economia também teria permitido um foco de investimentos em outras áreas, como redes 5G.

Ao anunciar o projeto para os sistemas de TI há dois anos, a TIM projetava redução de 25% nos custos relacionados após a migração e o desligamento dos data centers; a TIM ainda não comenta qual a redução verificada na prática, até por estar em período de silêncio antes da divulgação de resultados do primeiro trimestre.

Por sua vez, Mattar afirmou que muitos projetos e possibilidades de uso da nuvem em outras áreas estão sendo avaliadas. Os segmentos de cloud edge, 5G e Internet das Coisas foram citados pela executiva como áreas que podem ser impactadas. Já a migração de núcleo (core) de rede para a cloud é algo que a empresa não estaria trabalhando.

Desafios

A TIM considera a abordagem de multicloud como ideal para seus negócios. Além da Oracle (com quem tem relação de mais de vinte anos) e da Microsoft no projeto dos sistemas de TI, a empresa ainda conta com a nuvem da Google para funções de analytics.

Mesmo pontuando benefícios, Auana Mattar observou que a lógica de "taxímetro" na cobrança dos serviços de cloud representa um desafio operacional para os adotantes. A gestão financeira da nuvem (FinOps) se tornou elemento obrigatório internamente para evitar variações abruptas nos custos, como em um possível episódio de pico de demanda por uma aplicação.

Ainda no aspecto humano, a TIM também relata ter "ressignificado" competências da equipe de mais de 45 pessoas responsável pelo gerenciamento da infraestrutura que será desligada. Segundo a CIO da operadora, a retenção da equipe de TI foi fator prezado no processo, envolvendo treinamento formal através de um centro de competência de cloud interno.

A área de arquitetura de aplicações da operadora também foi sintonizada ao novo regime de operações, para que os novos serviços da empresa já fossem concebidos considerando o novo ambiente de tarifação. "Dado parado na nuvem é só custo", observou Mattar, durante o encontro da Oracle.

A TIM não é a unica grande operadora cliente na operação de nuvem da empresa de tecnologia. Recentemente, a Vivo também anunciou a migração de um data center em Campinas (SP) para a cloud da Oracle.

A provedora também afirma que a divisão de negócios dobrou de tamanho nos últimos três anos. "A contribuição da América Latina para os negócios globais da Oracle está crescendo. Hoje, a nuvem já representa 75% do nosso faturamento e vamos continuar crescendo. Ano que vem já projetamos 90%", afirmou o vice-presidente executivo da Oracle, Luiz Meisler.

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