A infra-estrutura de rede da Telefônica estará pronta até o final deste ano para o oferecimento do serviço de IPTV. A rede de banda larga precisa de maior capacidade de transmissão e estão sendo realizados outros acertos tecnológicos à medida que os testes estão sendo conduzidos. Entretanto, isto não significa que o serviço só será lançado no final do ano; pode sair antes. A afirmação é do diretor de desenvolvimento de negócios residenciais da operadora, Márcio Fabbris, que participou do Seminário IPTV ? As novas oportunidades na distribuição de conteúdo -, nesta segunda, 27, em São Paulo. O evento, realizado pelas revistas TELETIME e TELA VIVA, prossegue até esta terça.
Fabbris não se arrisca a dizer onde a operadora lançará primeiro o serviço, pois está sendo testado também no Chile, onde a ativação está prevista para o segundo semestre. Mas adiantou que as negociações com os fornecedores internacionais de conteúdo ficarão sob a responsabilidade da Telefónica de España, enquanto os contratos com os fornecedores locais ficarão com a Telefônica no Brasil. A matriz espanhola já tem know how com o Imagenio, serviço de televisão que atinge mais de 200 mil assinantes da rede fixa e está sendo estendido para os países onde a operadora está presente. O executivo não soube dizer se será mantido o mesmo nome.
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Fabbris também reafirmou que a operadora não deverá fornecer conteúdo, pois já teve uma experiência negativa com a Endemol, no passado, conforme a matriz da empresa havia informado para este noticiário, em fevereiro. Mas, por meio de parcerias, poderá oferecer filmes sob demanda, como se fosse uma locadora de vídeo, num modelo de negócios em que o cliente paga o que consome ? desde conteúdos de provedores independentes até os de Hollywood. Executivos de outras operadoras fixas presentes ao evento não estão certos de que a Telefônica não forneça conteúdo. Acham que pode ser apenas um artifício e que a experiência negativa pode ter sido apenas ?uma boa idéia no momento errado.?
Pacotes mais baratos
O vice-presidente da rede Bandeirantes, Paulo Saad, fez uma provocação à Telefônica, ao questionar se a companhia, que conhece profundamente os usuários, poderia oferecer pacotes de canais de TV mais baratos. Quis dizer, com isto, que o modelo da oferta de canais pela TV paga, por meio de grades preestabelecidas, estava errado, e indagou se isto poderia ser consertado pelas companhias telefônicas.
"Já temos conhecimento de clientes de menor renda", respondeu Fabbris. "Para entrarmos com a TV na classe C depende de como conseguiremos modular o conteúdo para sermos atrativos sem ficar com receita negativa." Esclareceu que ainda não está muito claro como conseguirão equacionar o problema. adianta que dificilmente poderá atingir a classe E.
Fabbris admitiu que a banda larga ainda é incipiente na classe C, mas o preço do serviço vem caindo, o que o torna mais acessível. Mesmo assim, o computador continua como barreira de entrada, em sua opinião, motivo pelo qual a operadora apóia iniciativas do governo para inclusão digital.