Após anunciar um terceiro contrato distinto de uso de redes neutras para oferta de banda larga, a Sky deve ampliar a aposta no modelo no mesmo momento em que prepara para este ano o encerramento de sua operação de banda larga via rádio, na tecnologia LTE.
As informações são do CEO da operadora, Gustavo Fonseca. Hoje, a empresa tem contratos com as redes neutras FiBrasil, American Tower e mais recentemente I-Systems para oferta de banda larga, compreendendo por enquanto 156 cidades. Fonseca também admite conversas em curso com a V.tal.
"Nosso plano de futuro dentro da Sky é chegar com banda larga porque sempre nos pediram e com redes neutras conseguimos chegar em boa parte dos clientes. Estamos saindo do LTE e apostando todas as fichas na Sky Fibra", resumiu o executivo.
"Até final do ano vamos estar totalmente fora da operação [de LTE]. Já sobre o uso das frequências, ainda estamos pensando o que fazer dentre as opções", completou Fonseca. Para o serviço de banda larga via rádio, a Sky conta com a faixa de 2,5 GHz.
Segundo dados da Anatel, dos cerca de 55 mil clientes de banda larga da Sky, 41 mil eram atendidos via rádio até agosto. A base na tecnologia, contudo, caiu mais de 70% em um ano. Já a oferta baseada em fibra óptica ainda representava cerca de 13 mil acessos ativos de banda larga para a empresa em agosto, com crescimento de mais de 4 mil contratos apenas naquele mês.
IPTV fora dos planos
"Hoje o grosso das nossas vendas de Sky Fibra já nasce com o DGO", apontou Fonseca, notando foco da oferta de banda larga junto com a plataforma de streaming que também faz parte da Vrio (empresa controladora da Sky e detida pelo Grupo Werthein).
Já a oferta de TV por assinatura tradicional no modelo IPTV a partir da infraestrutura de fibra óptica não está nos planos da empresa. "O IPTV tem muitas traduções, mas no Brasil é um serviço SeAC de televisão [por assinatura tradicional], com canais obrigatórios, regulações e banda guardada na fibra. A gente não tem plano para isso: para o cliente que vai comprar nossa fibra não precisa".
Segundo Fonseca, não haveria restrição comercial de parceiros de redes neutras para aplicação do modelo. "A gente poderia fazer, mas entra em outro capítulo de um monte de complicações e na ponta, as diferenças não são relevantes. Apostar em várias tecnologias ao mesmo tempo também não seria muito eficiente". Além da aposta na banda larga conjugada com produtos de streaming OTT, a Sky segue com tecnologia satelital (DTH) como parte relevante da estratégia, sobretudo pelo alcance nacional – algo relevante no mercado brasileiro.
* O jornalista viajou para Jaguariúna (SP) a convite da Vrio, controladora da Sky