Full billing e obsolescência de celulares geram prejuízo para Oi

A Oi registrou um prejuízo de R$ 45 milhões no terceiro trimestre. Com esse resultado, a operadora móvel do grupo Telemar acumula um prejuízo de R$ 72,7 milhões no ano. O resultado negativo se deveu a duas razões: implementação do full billing e a obsolescência de parte do estoque de celulares da operadora.
O full billing obriga as operadoras celulares a pagarem tarifa de interconexão toda vez que destinarem uma chamada para outra rede celular ? antes pagavam apenas em caso de desequilíbrio na proporção de tráfego entrante e sainte. A mudança afetou negativamente a Oi em razão de alguns serviços como o bypass corporativo, que transformava ligações fixo-móvel em chamadas móvel-móvel. O full billing gerou uma perda de R$ 28 milhões para a Oi nesse trimestre. O serviço de bypass não será mais vendido e os contratos atuais não serão renovados. O diretor de finanças do grupo Telemar, José Luis Salazar, espera que dentro de mais dois trimestres esse efeito negativo não estará mais presente no balanço da Oi e seu tráfego entrante e sainte ficará equilibrado.
A outra grande perda no trimestre foi de R$ 23 milhões com o write off de uma parte do estoque de celulares da companhia que estava encalhado e tornou-se obsoleto.

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Embora tenha tido prejuízo, a Oi continua registrando uma melhora em seu faturamento. A receita operacional bruta da companhia cresceu 37% na comparação anual entre trimestres, alcançando R$ 1,31 bilhão. A receita operacional líquida, por sua vez, aumentou 34% no mesmo período, atingindo R$ 976 milhões. É no Ebitda que se registra a grande queda para justificar o prejuízo: houve uma redução de 38% na comparação com o segundo trimestre, baixando de R$ 153,6 milhões para R$ 95,1 milhões. A margem Ebitda entre julho e setembro foi de 9,7%, contra 19% no segundo trimestre e 22,6% um ano atrás.

Interconexão e SVA

Em razão do full billing, as receitas e as despesas com interconexão cresceram muito do segundo para o terceiro trimestre. A receita com remuneração de rede aumentou 74%, passando de R$ 233 milhões para R$ 406 milhões. Já o custo de interconexão triplicou, saltando de R$ 88,1 milhões para R$ 274,8 milhões.
A receita com serviços de valor adicionado (SVA) se manteve praticamente estável em comparação com segundo trimestre: R$ 75 milhões, contra R$ 74,7 milhões no período entre abril e junho. A razão para a freada em um segmento que vinha crescendo a cada trimestre pode estar na realização da Copa do Mundo, explica Salazar. Outras fontes do setor de SVA ouvidas por TELETIME News se queixaram, de fato, que houve uma queda nas receitas durante o período da Copa do Mundo, em parte em função da promoção Bolão do Faustão, da Globo, que teria angariado boa parte da receita que era destinada para outros serviços de valor adicionado. Salazar afirmou que a Telemar aposta no segmento de SVA e acredita que ele ainda vai crescer muito.

Base

Ao fim de setembro a Oi tinha 12,6 milhões de assinantes. A operadora conseguiu adições líquidas de 2,3 milhões de clientes entre janeiro e setembro. Trata-se de um crescimento de 22% nesse período, percentual bem acima dos 11% da média do mercado no Brasil. O market share da Oi em sua região de atuação é de 27,6%. Hoje, 80% de sua base é pós-paga.

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