Vivo vê momento econômico positivo e espera consolidação na banda larga

Christian Gebara, da Vivo. Foto: Divulgação

Registrando alta de dois dígitos na lucratividade e nas receitas com telefonia móvel e fibra óptica no segundo trimestre, a Vivo está enxergando um ambiente macroeconômico favorável para negócios no Brasil – além de um cenário propenso para consolidação na banda larga.

Nesta quarta-feira, 26, o CEO da operadora, Christian Gebara, discutiu os números da Vivo entre abril e junho com analistas e jornalistas. O executivo reconheceu que o otimismo com a economia brasileira deve gerar perspectiva melhor junto a clientes pessoas físicas e jurídicas, criando maior ânimo para investimentos, contratações e consumo.

"A perspectiva pode ser positiva no caminho de baixa da inflação e redução possível dos juros no segundo semestre. Com as últimas aprovações do arcabouço fiscal e da primeira parte da reforma tributária, gera-se um ambiente positivo para a evolução dos negócios", indicou Gebara.

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A performance positiva da tele no segundo trimestre, contudo, também passou por fatores internos, entende o executivo – citando a venda de serviços digitais e reajustes no pós-pago como algumas das componentes. Além de ficar acima da inflação, o crescimento de 7,6% na receita total da Vivo ocorreu em cima de base de 2022 que já considerava ativos da Oi Móvel. No pós-pago o crescimento foi de 13,3% e na fibra óptica até a residência (FTTH), de 14%.

Mesmo a venda de aparelhos registrou alta (de 7%, para R$ 743 milhões no trimestre). Na base pós-paga, 22% dos assinantes contariam inclusive com smartphones compatíveis com a tecnologia 5G, afirmou Gebara. Segundo ele, os terminais estão passando por queda de preços (até por impacto do dólar mais baixo), ficando comparativamente mais baratos que terminais 4G na época dos primeiros anos desta tecnologia.

Banda larga

Para o mercado de banda larga, o comando da Vivo destacou mais uma vez a necessidade de consolidação do mercado, indicando o movimento como positivo por diminuir a replicação de redes, entre outros fatores. "Não podemos ter mais de 5 mil operadoras", afirmou Gebara.

Para o executivo, é realista considerar que o setor passará por novas negociações (recentemente, a fusão entre Vero e Americanet movimentou o segmento). A própria Vivo estaria "atenta a todas as movimentações e alvos", embora ainda não tenha encontrado ativos que atendam aos requisitos de sobreposição, fiscais e de equipamentos na casa do cliente. A jornalistas, Gebara notou que conversas outrora travadas pela operadora também esbarraram na questão preço.

Organicamente, a Vivo ainda indicou estar construindo casas passadas (HPs) com fibra em ritmo menor. Nos últimos doze meses a companhia fez 3,7 milhões de novas HPs, sendo 300 mil delas no segundo trimestre do ano. Ainda assim, a meta de 29 milhões de HPs até o final de 2024 está mantida, ante atuais 24,7 milhões de HPs. A redução dos investimentos da operadora em 2023 em relação ao mesmo período de 2022 se deve principalmente aos investimentos iniciais do 5G e à compra da Oi Móvel, mas o alvo ainda é chegar ao final do ano com cerca de R$ 9 bilhões investidos.

Para sua expansão, a empresa tem apostado em três estratégias distintas: crescimento nas cidades onde já atua com fibra, incluindo grandes praças; a expansão da sobreposição com a rede de cobre; e projetos novos (greenfield) a cargo da empresa de redes neutras FiBrasil, com foco em cidades médias fora do estado de São Paulo.

Nos últimos doze meses a Vivo ingressou com fibra em 85 cidades, inclusive com promoções que reduziram momentaneamente a receita média por usuário do serviço. Ao todo, são 439 cidades com a oferta da maior operadora de fibra do Brasil, sendo 5,8 milhões de clientes (alta de 760 mil em 12 meses) e mais de 90% das adições em velocidades acima de 300 Mbps.

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